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sábado, 31 de agosto de 2013

Amor em excesso: Alta letalidade (mas também terreno fértil para grandes obras de arte) parte 1

O amor em excesso tem feito maravilhas pela arte, já pelo próprio artista/amante, infelizmente, muitas vezes não se pode dizer o mesmo. Pra ficar só no mundo da música nos últimos 40 anos, por exemplo, podemos citar o vocalista do Queen, Freddie Mercury, e, no Brasil, Cazuza, que têm em comum o fato de terem sido grandes poetas de suas gerações e terem morrido, ambos em decorrência de complicações relacionadas à Aids mais na mesma época (quando a epidemia teve início) e também terem se assumido publicamente homossexuais e vidas amorosas altamente conturbadas, tendo vivido o amor até as últimas consequências, que, no caso, infelizmente, foi a morte.

A intenção aqui não é esmiuçar a carreira de cada artista de forma cronológica, mas apenas tecer comentários sobre sua obra, na maioria das vezes apenas citando a canção e sua representatividade para a música brasileira e mundial. Este artigo será dividido em duas partes na intenção de não ser injusto com nenhum dos artistas, visto que mesmo a proposta não sendo tão abrangente, ainda assim, é necessário uma certa dedicação para executá-la.

Fredie Mercury

Freddie Mercury teve uma inspiração única para escrever a letra da canção “Love of my life”, (amor da minha vida) escrita para uma namorada sua, e executada de forma não menos brilhante pela banda que fazia parte. A canção é feita como uma peça de música clássica, criando todo um clima pastoril, levando quem ouve à saber que se trata de uma canção de amor, ainda que não entenda uma palavra do que é dito. Outro exemplo é “I Was Born To Love You” (Eu nasci pra te amar), mais uma declaração de amor de um jeito que muita gente queria ter a capacidade de fazer.

A banda fez brincadeiras também como na canção “I want to be free” (Eu quero me libertar), que seria uma espécie de despedida de uma relação (não se sabe se hétero ou homossexual, à princípio), mas o clipe acaba tornando-se tão engraçado, com os integrantes da banda vestidos de mulher, que acaba se tornando meio evidente que a intenção do vocalista de se libertar não era apenas de uma relação, mas também da hipocrisia, acabando meio que se revelando como homossexual.

Há também as "canções-óperas", como "Who Wants To Live Forever" (Quem quer viver pra sempre), tema do filme Higlander, estrelado por Cristopher Lambert, e também, que fala sobre o amor ser sempre uma história com início, meio e fim e "Bohemian rhapsody", cantada e executada de uma forma inimitável pela banda e contando a história de um pobre rapaz que confessa à mãe ter cometido um homicídio. Nessa canção a banda mescla a seriedade da letra com brincadeiras vocais, cantadas em coral muito interessantes.

Foto que relembra a capa de um dos álbuns mais famosos da banda
Não cantou apenas o amor sexual, canções como “Friends Will Be Friends” (amigos serão amigos), sobre a amizade verdadeira que se pode contar nos momentos difíceis e canções de incentivo à seguir em frente quando tudo está contra, como “We are the champions” (nós somos os campeões), que acabou virando a música mais manjada nas formaturas por todo o Brasil, talvez em todo o mundo.

Essas são só algumas das mais representativas, que acabaram por elevar esse artista ao patamar de amante em excesso explorado nesse texto. Em breve traremos um pouco de Cazuza na parte dois deste artigo.