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O músico faleceu em 1996 deixando um grande legado |
Há exatamente 54 nos (27/03/1960) nascia no Rio de Janeiro Renato Manfredini Jr., o
Renato Russo, líder da banda de Rock brasiliense
“Legião Urbana”. Cantor, compositor e multi-instrumentista, desde sempre Renato gostou de música, tendo acesso a muito material internacional, de onde acabou ganhando afeição toda especial sobre o gênero
Roquenrol, que acabou se referindo por toda a sua rica trajetória musical. Em homenagem a esse grande artista a
TavernaPOP! Dá início hoje à pequenos reviews sobre a trajetória do artista, desde antes da formação da banda que ficou conhecido por liderar, até sua carreira solo e o último disco da banda,
“A Tempestade” (1996), lapidado pelo artista como um último e esmerado legado ao fãs da banda.
O Aborto Elétrico (1978/1982)
Ainda na infância, se mudou pra Brasília, onde em 1978, sob forte influência de bandas estrangeiras, como o "Sex Pistols", formou juntamente com os irmãos Fê (bateria) e Flávio Lemos (baixo) o "Aborto Elétrico", primeira banda de Punk Rock de Brasília, que acabou fazendo sucesso na cena alternativa da capital do país, incentivando a formação de várias outros grupos na cidade, como o "Capital Inicial" e "Plebe Rude". As canções da banda, como pregava a Filosofia Punk, seguiam o mote “faça você mesmo” (ou “Do Yourself”, se preferir), com poucos e distorcidos acordes (bate-estacas), melodias simples e letras com canções carregadas de temáticas políticas e existenciais sobre o período em que o país se encontrava, pegando o finalzinho da Ditadura Militar. São dessa época canções como a agressiva “Que País é Este?”, a filosófica “Geração Coca-Cola” e a revoltada e questionadora “Química”, todas gravadas pela legião em algum momento da carreira da banda.
Essa fase foi homenageada pelo "cria" da banda, "Capital Inicial", com o álbum intitulado "Aborto Elétrico", de 2005. A história das bandas é mais relacionada que a de qualquer outra com a do aborto, pois foi formada pelos irmãos Fê (bateria) e Flávio Lemos (baixo), oriundos do Aborto.
Em 1987 a própria banda fez uma homenagem à essa época, com o lançamento de "Que País é Este", recheado com canções do "Aborto Elétrico", passando a limpo as o origem Punk da banda. O álbum tema de futuro review aqui na Tavena.
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Capa do álbum póstumo com gravações originais das canções |
O Trovador Solitário (1982)
Entre 1982 (fim do aborto elétrico) e 1984 (ano do lançamento do primeiro disco da Legião), o artista passou por uma fase que ele próprio intitulou de “Trovador Solitário”, quando suas canções eram compostas pra serem tocadas ao violão, com melodia um pouco mais trabalhada e letras mais introspectivas, que acabaram se perpassando por toda a carreira da banda. São dessa época o Cordel/Rock/Épico “Faroeste Caboclo”, a bela e confessional “Eu Sei” e a história de amor que pode ser vivida por qualquer casa “Eduardo e Mônica”. A primeira e a última, estórias com princípio meio e fim, que acabaram virando uma característica presente em quase todos os trabalhos do artista.
Essa fase ganhou um álbum solo póstumo "Trovador Solitário" (Discobertas), lançado em 2008, com as primeiras gravações ainda bem rudimentares (apenas voz e violão) de canções que posteriormente se tornaram famosíssimas ao adentrarem o repertório da banda. A qualidade sonora não é lá essas coisas. Foi feito o que a tecnologia permitia pra melhorar o áudio, gravado usando um gravador simples, apenas pra que o músico pudesse ter um registro das canções que compunha, mas como documento histórico é muito interessante por possibilitar um conhecimento maior da versão original das canções e sua evolução ao longo do tempo.
Estas fases foram retratadas ("superficialmente") no filme "Somos Tão Jovens" (2013), de Antônio Carlos Fontoura, e estrelado por Thiago Mendonça.
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Capa do primeiro LP da banda |
Legião Urbana (1982/1984): Formação da banda e primeiro álbum
Após essa fase, finalmente a “Legião Urbana” se formou, com Renato Russo (baixo, teclados e voz), Marcelo Bonfá (Bateria) e Dado Villa-Lobos (violão e guitarra), posteriormente acrescidos de Renato Rocha, que ficou com o baixo, deixando o outro Renato responsável pelos vocais e teclados da banda. Em 1984 surgia no mercado o primeiro LP da banda, intitulado apenas “Legião Urbana”. Nesse período a banda já não era mais punk e passava por um período meio progressivo, com forte som do teclado, linhas de baixo marcantes e guitarra presente, simples e precisa, sob influência de bandas britânicas contemporâneas suas, como “Joy Division”, “The Smiths”, “The Cure”. São desse período canções como conhecidíssima “Será”, a sintetizada/melódica/filosófica regravadíssima por outros artistas “Por Enquanto”, e as questionadoras e pessimistas“Baader-Meinhof Blues” e “Soldados”.
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Foto dos integrantes da banda na época do primeiro álbum |
Nesse primeiro álbum uma das principais características da banda: a presença marcante de violões, com batidas e dedilhados bem peculiares ainda não estavam bem presente e a partir do posterior "II", que será motivo de um novo post, a "Legião Urbana" passa a ter vôos solos cada vez mais altos, sedimentando seu caminho pra se tornar uma das maiores bandas de Rock nacionais.