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quinta-feira, 7 de abril de 2016

"The Baggios" lançam financiamento coletivo para seu novo álbum

Após o lançamento do CD/DVD comemorativo 10 Anos Depois no ano passado os Blues-Rockers sergipados do The Baggios estão lançando pelo Catarse uma campanha de financiamento coletivo de Brutown, seu novo álbum de estúdio, apresentando ao público Rafael Couto (órgão e sintetizador), novo integrante que se junta a Júlio Adrade (voz e guitarra) e Gabriel Carvalho (bateria), mudando assim a configuração da banda de duo para trio.

Este é o terceiro álbum da banda que participou da última edição do Loolapaloosa e sempre teve o viés independente. Nessa nova empreitada, seguindo exemplo de outros grupos como os cearenses do Selvagens à Procura de Lei, os caras ousaram convocar os fãs a participarem ativamente da produção desse novo álbum. Entre as recompensas tem download do álbum, o CD físico, LP e até um mini-show pra 40 pessoas. Clique aqui pra participar da campanha. 

O lançamento de Brutown está programado pra setembro deste ano.
Clique aqui pra conferir uma entrevista que os caras cederam à Taverna.
Confira abaixo mais detalhes da campanha no Catarse:

quarta-feira, 6 de abril de 2016

Review: "Lavagem", de Shiko

A HQ Lavagem, produzida por Shiko (Piteco -Ingá) é um achado no meio dos muitos lançamentos que beiram à acefalia que temos todos os meses no mercado brasileiro, em sua grande maioria vindas de fora. A traição, o desespero e o ciúme acompanham o leitor que participa da trama, senão como um cúmplice, no mínimo, uma testemunha ocular de tudo que ocorre naquele manguezal apresentado de forma tão brutal e interessante na arte em preto e branco do artista paraibano.

Lançada no ano passado pela editora Mino com um acabamento de luxo em capa dura e miolo em pólen a HQ é, na verdade, uma adaptação do curta-metragem homônimo também dirigido por Shiko tendo como protagonista uma mulher temente a Deus que acaba se apaixonando pelo homem errado e colocando sua fé em xeque ao mesmo tempo em que sua vida corre grande perigo. Terror psicológico e uma alta dose de suspense enchem o leitor de curiosidade pra compreender o que é real e o que não é nessa trama simples e ao mesmo tempo complexa, capaz de apresentar o que um ambiente aterrador é capaz de fazer ao ser humano.




Shiko nos apresenta uma obra redonda com um traço simples e marcante, como um soco no rosto que nos faz sentir o desespero como se estivéssemos na pele da encurralada protagonista da trama. O ponto negativo é pro fraco tratamento editorial, que foi incapaz de apresentar informações simples como dados bibliográficos do autor ou suas obras anteriores. outro detalhe chato é o salgado preço de capa: R$ 44 por apenas 72 páginas de quadrinhos. Ainda assim o saldo é extremamente positivo, pois a HQ é realmente muito boa. Vale a pena buscar promoções pra adquirir esse.

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Review: "Batman vs Superman: A Origem da Justiça"

É impossível não avaliar Batman vs Superman: A  Origem da Justiça de Zack Snyder (300, Watchmen, O Homem de Aço) como uma produção controversa. O filme oscila entre momentos simplesmente geniais, com uma fotografia linda, forma midiatizada e por vezes até poética de contextualizar a história, semelhante ao que vimos há 30 anos na HQ Batman: O Cavaleiro das Trevas, de Frank Miller (obra na qual foi parcialmente inspirada) e outros nem tanto, como algumas soluções que renderam grandes viradas na história que simplesmente desconsideram a inteligência do público.


Na trama temos um Batman (Ben Affleck) já cansado da luta contra o crime e em processo de aposentadoria. O cara é violento e não mede consequências pra conseguir o que é necessário pra manter sua cidade em ordem. O Superman (Henry Cavill), como sempre, um chato que não sabe bem o que quer e ainda não compreende qual seu papel no mundo. A história se inicia durante os acontecimentos ocorridos no insosso O Homem de Aço (2013), também de Snyder, mostrando o ponto de vista de Bruce Wayne de uma batalha do Super contra o general Zod (Michael Shannon) e seus comparsas. Importante destacar que isso representa o mesmo pensamento de boa parte da humanidade, que, assim como o Cavaleiro das Trevas, passa a encarar o super-herói alienígena como uma ameaça. O confronto se inicia no campo das ideias, tendo de um lado a visão de Batman, preocupado em defender não apenas sua Gotham, mas também o restante do mundo, de outro, temos um Superman também preocupado em proteger o mundo, porém, devido a seus poderes divinos sendo visto não apenas por pessoas influentes, como Batman Lex Luthor (Jesse Eisenberg).

A primeira metade do filme é bem lenta, preocupada em mostrar o contexto e desenvolvendo sem atropelos a história até um ponto de virada genial que leva o expectador a esperar um algo mais, quando, muito pelo contrário e salvo algumas exceções (como a excelente participação de Gal Gadot como Mulher Maravilha). A luta entre os dois, apesar de muito bem coreografada, tem uma desculpa pra lá de esfarrapada (você deve perceber isso quando assistir) e um desfecho ainda mais idiota. Só sobra a pancadaria descerebrada parecendo aqueles filmes idiotas que todos adorávamos quando éramos crianças. Testosterona pura!  Após a luta dos dois icônicos heróis da DC, temos o surgimento de um novo inimigo: Apocalypse (aliás, numa versão bem diferente do que temos nas HQs) e também com motivações bem diferentes. Os pontos em comum são a capacidade de evoluir pra enfrentar qualquer inimigo, o ódio pelo Superman e mais uma ou duas coisinhas que, caso conte aqui acaba com o prazer de quem ainda não viu o filme.

Um colega meu comentou em outro review que a saga do herói (Superman) está lá juntamente com um toque de cristianismo, tendo um ser poderosíssimos que tenta ser aceito pela humanidade (representada por Batman e Luthor), mas acaba, sem querer, dividindo-a. Concordo com ele nesses pontos, destacando ainda as excelentes atuações de Affleck no papel do atormentado morcego de Gotham, da já citada Gadot, cujo porte atlético e aparência exótica (ela é Israelense) dão um toque diferenciado à personagem. Eisenberg também nos apresenta um Lex Luthor diferente do que estamos acostumados, pelo menos nas telonas, com um toque hipster, utilizando sua inteligência da forma que considera a mais correta com o pretexto de proteger a humanidade. 

Teve gente reclamando da falta de humor na produção. Concordo em parte, pois os da Marvel muitas vezes pecam pelo excesso, tornando engraçadas até mesmo cenas que precisariam de um pouco mais de densidade, o que por exemplo era conduzido de forma muito interessante por Cristopher Nolan em sua excelente Trilogia do Cavaleiro das Trevas, com um humor mais ácido, tendendo pro Humor Negro, mas repleto de comentários sarcástico, destacando a personalidade sombria dos personagens. 

Outro detalhe que ainda não tinha comentado é que, além da Trindade, finalmente o Universo DC compartilhado está chegando aos cinemas e, apesar de um ou outro atropelo, o filme nem de longe pode ser considerado ruim, tendo conseguido boa arrecadação. A missão das produções seguintes, como o vindouro Esquadrão Suicida é ir aparando as arestas até dar uma cara específica à lendas da DC na sétima arte. Que venham os filmes da Mulher Maravilha, Flash, Aquaman e, claro, um solo do Batman, que Ben Affleck, inclusive disse já estar trabalhando no roteiro juntamente com o quadrinhista Geoff Johns (Lanterna Verde, Liga da Justiça, novos 52).