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Mal saiu, já é item raro |
O primeiro volume de
“A Saga do Monstro do Pântano” é um dos lançamentos mais solicitados e aguardados pelos fãs do roteirista britânico
Alan Moore (
"Watchmen", "V de Vingança", "Batman: A Piada Mortal") e do selo
Vertigo/DC como um todo no Brasil, como pode ser facilmente perceptível em acaloradas discussões espalhadas por vários fóruns web afora e ainda no próprio
hotsite da
Panini (editora que publica esse material por aqui) dedicado ao selo. A edição entrou no
Checklist de abril da editora e deixou os ânimos exaltados logo de cara.
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Praticamente o mesmo preço, mais qualidade |
O problema com esse título específico (e possível coleção) é que a editora não para de meter os pés pelas mãos, a começar pelo formato. Escolheram capa mole. Tudo bem! A cagada mesmo foi com o papel, onde poderia ter se optado pelo razoável
LWC (vide os sucessos das já encerradas
"Planetary" (
Warren Ellis,
John Cassaday)
"100 Balas" (
Brian Azarello e
Eduardo Risso), entre tantas outras, mas ficaram mesmo com o papel
pisa-brite (também conhecido como papel jornal), que não dá o devido destaque às ilustrações e se desgasta mais facilmente. Alguns podem dizer que tem a ver com o custo, já eu observo que não tem nada a ver com isso, pois, enquanto esta edição tem 212 páginas e preço de capa de R$ 23,90, enquanto
"Hellblazer - Sangue Real" conta 196 páginas e custa o mesmo valor pro cliente, ou seja, pelo simples fator de produção não se justificaria, pois o valor a mais seria insignificante (beirando um mísero R$ 1,00) num total que já é bem razoável, logo, não faria tanta diferença no preço final, porém, ganharia muito em qualidade do produto oferecido ao leitor.
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O nome de Moore na capa é sinônimo de boas vendas |
Outra alegação da editora poderia ser com relação à demanda, pois, cada produto deve ser pensado de acordo com o mercado para que não falte nem sobre em quantidades absurdas. Esse realmente poderia ser um fator que deveria interferir no preço e qualidade do material, porém, pelo número de reclamações sobre o sumiço do produto nas prateleiras de livrarias e preços desesperadores encontrados na web, podemos deduzir com 100% de certeza que a demanda é bem superior à disponibilidade do produto oferecida pela editora, fazendo com que atravessadores sejam quem realmente acaba lucrando com isso, deixando os clientes insatisfeitos e reduzindo os lucros da própria editora, que, caso disponibilizasse mais exemplares, com certeza ganharia muito mais dinheiro e os clientes poderiam pagar preços mais justos pra ter a mesma edição.
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Nada do volume 2 |
Buscando uma visão o mais isenta possível sobre a situação, este editor tentou por duas vezes entrar em contato com a editora através do e-mail disponibilizado pelo competente e solícito editor do selo no Brasil Fabiano Denardin (atendimento.cliente@panini.com.br), porém até esta data, mais de 10 dias após o primeiro contato, não obtive qualquer resposta. O chato é que fica a impressão de que, neste caso, está havendo um desrespeito tanto à obra (conhecidíssima e procuradíssima por quem curte HQs), quanto ao personagem (que já tem o volume 2 de "Monstro do Pântano: Raízes" empacado há muito tempo) e, principalmente aos leitores que buscam a edição em bancas, com dinheiro na mão e não podem comprar devido à uma enorme falha de planejamento da editora, que em várias outras ocasiões tem se mostrado tão eficiente nesse setor.
A situação fica ainda pior pra quem mora em regiões atendidas na segunda fase do sistema de distribuição setorizada das revistas adotado pela editora que, provavelmente nem chegarão a ver o produto em banca, como já acontece há muito tempo com "100 Balas" e "Hellblazer: Origens" (fase do roteirista Jamie Delano), séries que apenas os primeiros volumes chegaram em localidades da segunda fase de distribuição. Esses leitores, que acabavam ficando à mercê das lojas virtuais, muitas vezes sendo obrigados à pagar fretes absurdos, nessa situação específica, nem com isso podem contar, pois o produto praticamente já se encontra esgotado em todas as lojas especializadas em HQs da web.
Exemplos de ótimos acertos da editora:
Enquanto isso, continuamos esperanto respostas da editora e a chegada deste material clássico pra quem quiser comprar, como a própria Panini já vem fazendo de forma tão eficiente com materiais como "V de Vingança" (Alan Moore, David Lloyd), "Preacher" (Garth Ennis e Steve Dillon) e "Sandman" (Neil Gaiman, vários), que vêm tendo constantes reedições em tempo razoável, ficando esgotadas por pouco tempo no mercado. Essas reedições já foram inclusive aplaudidas aqui neste mesmo site como algo interessante aos consumidores e inédito no mercado brasileiro. Agora é esperar pra que problemas pontuais, como os aqui postos, sejam corrigidos pra que não se repitam mais no futuro e tenhamos uma relação saudável entre quem edita e quem consome este tipo de material.