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sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Segundo volume de “Os Invisíveis” já está disponível em bancas e comic shops brasileiras

Poucos meses após o lançamento de Os Invisíveis vol. 1: Revolução a Panini dá continuidade à louca viagem quadrinhística guiada pelo roteirista escocês Grant Morrison (WE3, Superman: Grandes Astros) e seus muitos comparsas artísticos, inserindo o leitor em uma célula da organização terrorista, com o recém-lançado Os Invisíveis vol. 2: Abocalipse. Esta novo encadernado compila mais oito edições da HQ publicada originalmente como revista mensal, ultrapassando a metade do que ficou conhecido como volume um da coleção, que vai até a edição 25, ou seja, se continuar nesse ritmo (oito mensais por encadernado) deve chegar ao fim na próxima edição, faltando apenas os volumes dois (correspondente a mais 22 mensais) e três (mais 12 mensais).

O lançamento já estava previsto em seu checklist da editora, inclusive, já tinha sido anunciado aqui na Taverna, onde observamos que a primeira capa apresentada no hotsite da Vertigo continha um erro no título, que correspondia ao mesmo do primeiro encadernado, como você pode conferir clicando aqui.

Uma boa notícia pra quem mora “longe demais das capitais” é que, apesar de ter sido anunciada como de lançamento setorizado, a edição já pode ser encontrada em algumas praças que normalmente corresponderiam à fase dois de distribuição, como em Teresina-PI, onde fica o QG desse blog, onde este que vos escreve já pode conferir nas bancas da cidade.

Nesta nova edição a guerra silenciosa continua e o mais novo membro d'Os Invisíveis, Jack Frost acaba descobrindo os reais motivos da peleja do grupo e quem realmente são seus inimigos e do que são capazes de fazer pra destruí-los. Surgem novos personagens e as origens um(a) velho(a) conhecida é contada. Entre os artistas que acompanham Morrison temos Jill Thompson (Pequenos Perpétuos), Dennis Crammer (Os Invisíveis), Chris Weston (Authority), John Ridgway (Doctor Who), Steve Parkouse (2000 A.D.), Kim DeMulder (Superman) e Paul Johnson (Livros da Magia).

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Os anos 90 estão de volta nas HQs: Isso é bom?

Quem viveu os anos 90 sabe.... Eles foram realmente estranhos: roupas extravagantes, músicas pra lá de ruins (pagode meloso reinava, É o Tchan, New Kids On The Block, entre muitas outras coisas de qualidade pra lá de duvidosa (isso pra falar o mínimo). Quem é novo demais pra lembrar ou nasceu há menos tempo, sempre tem a boa e velha web pra resgatar vídeos, imagens e músicas da época pra conferir a tosqueira que foi. Nas HQs (salvo raríssimas exceções, como o início de Preacher, boa parte de Sandman, Os Invisíveis, entre outras coisas) a história não foi tão diferente, nem menos colorida. O mercado passava por uma grande crise, que levava as editoras a apelarem pra estratégias duvidosas em busca de sobrevivência. 

uma das capas de
X-Men 1,de 91
Foi nessa época que as carreiras de desenhistas como Jim Lee (X-Men, WildCats), Tood McFarlane (Homem-Aranha, Spawn) e (o horroroso!) Rob Liefeld (X-Force, Youngblood) deslancharam de vez e os roteiristas, que pensavam e desenvolviam as histórias foram perdendo aos poucos espaço na produção. Resultado: histórias fracas, várias edições n° 1 pra alavancar as vendas (X-Men #1, por exemplo, a mais vendida da história das HQs é dessa época, mais precisamente 1991). Os citados acima e outros astros do mainstream da época, sobretudo da Marvel, que bombava com os títulos que ostentavam um “X” na capa, não perderam tempo e resolveram criar sua própria e coloridíssima editora: A Image, que, a bem da verdade, na grande maioria se tratavam de cópias de personagens conhecidos que teve sua ascensão (com megassucessos como Spawn, Youngblood e Gen13) e derrocada nessa mesma década, ressurgindo das cinzas nos anos 2000 com alguns grandes sucessos, como “The Walking Dead” e “O Invencível”, esses sim, com qualidade tanto na arte quanto nos roteiros.





Alavancando as vendas num mercado complicado
Saga do clone jogou no
lixo a trajetória do teioso
Uma técnica muito utilizada para alavancar as vendas de quadrinhos foi o apelo à mais desenhos chamativos, com menos roteiro, mais cores, páginas duplas, triplas (até quádruplas) e menos balões. Outra febre da época foi o lançamento de várias capas diferentes pra uma mesma edição, com desenhos diferentes, com arte em preto e branco, acabamento metalizado, que formavam painéis enormes, etc. É dessa época o surgimento das megassagas espalhadas por vários títulos (como a horrível e interminável "Saga do Clone" do Homem-Aranha), entre outras coisas. É perceptível que muitas dessas técnicas estão voltando, ou seja, o mercado provavelmente está passando por uma situação similar e deve vir muita coisa ruim pela frente em nome do dinheiro.

 Será que a indústria está passando novamente por uma crise criativo/financeira onde não estão conseguindo novamente produzir material que uma qualidade a boas vendas? O que se pode perceber, salvo algumas ótimas exceções, sobretudo quando se trata de material mais voltado a um público mais adulto (novamente), é desanimador...

A história se repete
O sinal amarelo veio junto com os Novos 52, relançamento (ou reboot ou relauch, como preferir) da DC ocorrido em 2011 nos EUA (2012 por aqui), onde a cronologia de quase todos os personagens de seu panteão foi zerada (à exceção de Batman e Lanterna Verde, que vinham de fases de grande sucesso, com grandes autores). A proposta inicial era manter 52 títulos mensais nas bancas. As vendas melhoraram num primeiro momento, mas (como já era de se esperar) não se mantiveram por muito tempo e, à medida que vão despencando, a editora vai cancelando títulos e iniciando outros, como já vem sendo feito na tevê há muito tempo, às vezes funcionando, à vezes decepcionando os fãs.

O problema é que isso não ficou apenas na DC e acabou contagiando a Marvel, que não queria ficar pra trás nas vendas e acabou lançando o projeto Marvel Now! (por aqui, Nova Marvel!), que vem sendo lançado de forma mais devagar, mas aos poucos vem “rebootando” todo seu universo quadrinhistico, continuando com as megassagas e voltando a aderir à estratégia das capas metalizadas e alternativas, em busca da grana dos fãs que desejam ter material mais exclusivo e teoricamente valioso e exclusivo (dado o número reduzido de exemplares diferenciados).


A volta das capas alter-
nativas metalizadas
Por que isso não é interessante
Essas práticas acabam sendo perniciosas, pois muitos títulos de qualidade, cujas vendas só vão aumentando com o tempo, não tem esse tempo e acabam ficando como promessas não cumpridas, por uma prática meio “terra arrasada” de mercado, onde quem não vende é colocado de escanteio logo de cara, deixando o leitor fiel na mão em busca da próxima febre, que deve durar apenas mais uma estação (no máximo), pelo menos assim está  sendo com a ótima  série do Gavião Arqueiro, de Matt Fraction (Criminal)e David Aja (Demolidor), que caiu nas graças da crítica, mas não estava correspondendo nas vendas e chegará em breve ao seu fim. Da DC nem se fala, desde o início dos Novos 52 já perdi a conta do número de cancelamentos, entre os quais a do Arqueiro Verde (alguém tem alguma coisa contra caras com arco e flecha?) e Lendas do Cavaleiro das Trevas (nem "o cara" escapou), que vão sendo de pronto substituídas por outras séries tão descartáveis quanto. Não sei porque não esquecem essa fixação pelos 52 títulos mensais e se concentram em publicar menos edições por mês, tentando ao máximo aliar qualidade a bons resultados nas vendas, que, afinal, é o que faz a editora lançar mais edições.



O problema real
O lance mesmo que vem acontecendo é que temos velhas estratégias nas HQs que estão dando certo nos cinemas, como a criação de um universo coeso e interessante, mas um, dois, no máximo três filmes por ano (blockbusters, claro!) é totalmente diferente de 52 dois títulos nas bancas ou comic shops. Não tem comparação. HQs mensais são grandes histórias seriadas, o que dificulta acompanhar, fora as várias interligações, que buscam obrigar o leitor a acompanhar vários títulos pra entender um único enredo. Os filmes, querendo ou não, acabam encerrando pelo menos um capítulo, não sendo tão obrigatório ter visto o anterior ou assistir ao próximo pra ter o mínimo de compreensão, o que, mesmo se fosse definitivo, se reduziria a poucas produções, diferente do que acontece com as HQs.


As editoras devem buscar soluções no passado pra resolver problemas de mercado? Com certeza. O problema é quando o próprio mercado já mostrou que essas soluções são inviáveis e se insiste nelas mesmo assim. Acho que é hora de parar pra pensar e ver o que realmente é mais interessante no final das contas: boas produções que renderão dividendos praticamente pra sempre, como V de Vingança (Alan Moore e David Gibbons), Sandman (Neil Gaiman, vários artistas), Os Supremos (Mark Millar e Brian Hitch) ou Dias de um Futuro Esquecido (Chris Claremont e John Byrne). 

Interessante que se colocarmos as produções lado a lado, com certeza a DC ganha muito mais em republicações que a Marvel, mas, ao mesmo tempo, é a que tem tido mais problemas tanto pra adaptar seu universo de forma coesa nos cinemas quanto pra produzir novos clássicos, mais uma vez, excetuando-se seu selo adulto (Vertigo), que sempre nos presenteia com produtos de ótima qualidade e altamente sustentáveis ao longo dos tempos. 100 balas (Brian Azarello, Eduardo Risso), por exemplo, teve 100 edições mensais, subdividas e 13 encadernados. O que falta é conseguir fazer o mesmo em seu universo super-heroístico tradicional. Convenhamos, do jeito que as coisas vão, fica difícil alguém ter saco pra acompanhar séries mensais. A solução pode estar bem na cara. É só olhar com mais cuidado.

Clique aqui pra ler sobre o último lançamento de Neil Gaiman.
Clique aqui e leia sobre o último lançamento de Alan Moore.
Clique aqui pra ler sobre Os Supremos.
Clique aqui pra ler sobre 100 Balas.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Panini dá prosseguimento a obras de autores nacionais

São Jorge - Volume II - A última batalha
capa do segundo volume de São Jorge
A Panini aproveitou a 23ª edição da Bienal Internacional do Livro de São Paulo realizada no último final de semana pra fazer o lançamento de duas aguardadas obras em quadrinhos nacionais: O quarto volume de Valente, de Vitor Cafaggi (Turma da Mônica: Laços, tirinhas de Punny Parker), dando continuidade à saga do cãozinho cheio de problemas amorosos e o segundo volume de São Jorge, de Danilo Beiruth (Astronautra: Magnetar, Bando de Dois), que encerra a saga do guerreiro cristão que viveu durante o Império Romano e acabou se tornando santo.

Já comentamos na Taverna sobre  Valente: Para o que Der e Vier (clique aqui pra conferir) e agora vamos falar um pouco sobre São Jorge – Volume II – A Última Batalha que continua a história de onde parou o o volume anterior, com o tribuno Jorge enfrentando o “dragão”, que o levou a se tornar famoso e mitológico ícone cristão. A história mantém a proposta apresentada na primeira edição (lançada há relativamente pouco tempo), mesclando aspectos históricos à mitologia e fé, numa história que coloca esse guerreiro do terceiro século depois de cristo em uma rede de intrigas que envolve até mesmo o próprio Imperador de Roma.

A obra é muito bem cuidada pela editora, com as únicas ressalvas de ser em um formato menor que o tradicional, poderia ser colorida e num formato Graphic Novel (tipo os Graphic MSP) ou, pelo menos, em formato livro tradicional ou ainda o "formato americano" (17x26 cm). O volume tem 124 páginas em preto e branco e formato é 16x21 cm e capa cartão.

Ainda estamos devendo um review da primeira edição, falta que será corrigida em breve, logo seguida pelo desta segunda.




Novo edição de luxo dá continuidade à fase de Geoff Johns à frente do "Lanterna Verde"

Capa da nova edição
Se tem um roteirista que se tornou “a cara” da DC nos últimos anos esse é Geoff Johns. O cara já trabalhou à frente da Sociedade da Justiça, Flash e da Liga da Justiça dos Novos 52, só pra citar alguns, sempre presenteando os leitores com boas reformulações dos personagens e excelentes fases, em alguns casos, realmente conseguindo a proeza de por em evidência uma HQ que ia de mal a pior tanto nas vendas quanto nas histórias, como é o caso do Lanterna Verde, que acabou se tornando sinônimo de seu nome e referência dali pra frente pras novas histórias do personagem, voltando a conquistar seu lugar de destaque no Universo DC.

As histórias dessa fase foram publicadas pela Panini na mensal do personagem no final da década passada e estão recebendo reedições em capa dura e papel de qualidade que chega agora ao seu 5º volume com "A Guerra dos Anéis (1 de 2)", dentro da coleção DC Deluxe. O roteirista é acompanhado nesse arco por artistas como Dave Gibbons (V de Vingança, The Originals), Ivan Reis (Lanterna Verde: Origem Secreta, A Noite Mais Densa) Patrick Gleason (Aquaman) e Ethan Van Sciver (Novos X-Men) em histórias que revolucionaram a o Universo DC, onde o, outrora aliado de Hal Jordan, Sinestro recruta seres malignos capazes de dominar os poderes da luz amarela e dominar o medo. Essa nova tropa também busca levar ordem ao universo, porém à qualquer custo, mesmo que pra isso seja preciso escravizar ou destruir civilizações, o que vai totalmente contra os princípios defendidos pelos Gladiadores Esmerada.


De acordo com informações da editora, a edição tem distribuição em bancas (setorizada) e livrarias (em algumas já pode até ser encontrada), com acabamento em capa dura e miolo em papal couché, 180 páginas, com o preço sugerido de R$ 27,90. Altamente aconselhável pra quem começou a acompanhar essa ótima fase do personagem com os primeiros encadernados.