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sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Mergulhe de cabeça na cultura nórdica com a série Vikings

A cultura nórdica, suas crenças religiosas e história repleta de grandes navegações, guerras e conquistas sempre foram grandes mistérios pra nós, que vivemos em um país que sabe tão pouco até mesmo sobre nosso próprio passado. Criada por Michael Hirst e lançada no início do ano passado, a série de tevê “Vikings” serve como um primeiro passo para sanar a primeira parte desse problema. 

Banner anunciando a primeira temporada da série
Produzida com esmero pelo ótimo “History Channel” e filmada na Irlanda a série narra a trajetória do corajoso guerreiro Ragnar Lothbrok (Travis Fimmel), que acredita ser descendente de Odin (o grande deus nórdico) e desafiou seu Earl (uma espécie de senhor feudal nórdico, interpretado na série por Gabriel Byrne) e acabou se tornando um importante rei viking.

Ragnar age contra as ordens de seu líder, e encomenda a seu amigo Floki (Gustaf Skarsgård) a construção de um navio e convence outros guerreiros a juntarem-se a ele para explorar por meio de métodos inovadores outras terras em busca de grandes riquezas, aportando num mosteiro em terras de domínio inglês, onde em atos de brutalidade, acabam matando vários religiosos desarmados e levando para si tudo que tem algum valor, além de alguns reféns. 

Ragnar e seu pequeno exército
A série mostra de forma crua a cultura, violência e bravura de um povo guerreiro que não entende como é possível que alguém adore um “deus morto” ao contemplar a imagem de Jesus Cristo pendurada em uma parede do mosteiro que seu pequeno exército invadiu. A primeira temporada teve apenas nove episódios e a segunda será lançada nos Estados Unidos dia 27/02/2013. Provavelmente, como aconteceu com a primeira temporada, só chega no Brasil com delay enorme (de meses), onde a primeira temporada foi exibida pelo NatGeo. 

Clique abaixo abaixo e veja um trailer da primeira temporada da série. Em breve resenha da primeira temporada, aquecendo os motores pro início da segunda.

Vale a pena conferir:



quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

"Fábulas": A história além dos contos infantis

Capa da 1ª edição da mensal
Já parou pra pensar como seria a vida dos personagens de contos infantis além da das histórias que conhecemos? O que aconteceu depois que a Branca de Neve ganhou o famoso beijo que a acordou do sonho eterno? E o Príncipe Encantado, quem é(são) mesmo esse(s) cara(s)? E o Joãzinho, o do pé de feijão e o da Maria, são a mesma pessoa? Pensando nisso (muito antes da, também interessante, série de tevê “Once Upon a Time”) o escritor de quadrinhos Bill Willinghan criou a série "Fábulas" ("Fables", no original), que preocupa-se em preencher essas lacunas, mostrando o que fizeram antes das histórias famosas e o que fazem hoje os personagens que conhecemos desde a tenra infância. A partir daí ele nos apresenta respostas a algumas das perguntas acima e outras tantas mais.

Pra começar, eles viviam todos em um local chamado “Terras Natais” e tiveram que fugir para o "Exílio" (nossa realidade, também conhecida como "Mundo Mundano" ou "Terreno") devido à ascensão de um ditador sanguinário conhecido simplesmente por “Adversário”. As “fábulas” (como são denominadas na história os personagens infantis) com aparência humana vivem em um local chamado “Cidade das Fábulas”, em Nova York, e os com aparência animal, mitológica ou monstruosa vivem em uma propriedade isolada denominada simplesmente de “Fazenda”.

Pra se ter uma ideia, o Lobo Mau se tornou o xerife da comunidade, a Branca de Neve se separou do adúltero Príncipe Encantado e se tornou assessora política influente do prefeito da Cidade das Fábulas e ainda tem uma irmã problemática e, até então desconhecida, chamada Rosa Vermelha que, por acaso, namora o charlatão João das Fábulas (ou das lorotas), que realmente é o mesmo Joãozinho de todas as histórias que conhecemos. Todos convivem numa comunidade urbana muito parecida com a que muitos de nós vivemos e enfrentam problemas muito familiares, como ter que trabalhar ou cuidar da saúde, o aumento da criminalidade, intrigas, inimizades, etc. 

Painel da capa do 2º encadernado: "Revolução dos Bichos"
A série é carismática por apresentar os personagens que antes víamos como infalíveis (Príncipe Encantado) ou frágeis (Branca de Neve) devido às famosas versões iminentemente maniqueístas e limitadas que conhecemos na infância, como se realmente se tratassem de seres humanos como nós, com defeitos e qualidades. Cheios de dúvidas sobre si mesmos, até mesmo sendo sacanas algumas vezes pra conseguir o que querem. Definitivamente, não se trata de histórias pra crianças.

O principal artista da série é Mark Buckingham, mas há colaborações frequentes de Lan Medina e Steve Leialoha. As capas sempre foram uma obra à parte, que merecem grande destaque não só pela sua grande qualidade artística, como também por fazer uma síntese eficiente da série, destacando aspectos relevantes sobre o que trata cada edição, foram de autoria de James Jean até a edição 81 e a partir de então são de João Ruas.

Rosa Vermelha:
15° encadernado
A série é publicada pelo selo "Vertigo" ("DC Comics") desde 2002 e já conquistou vários importantes prêmios dos quadrinhos, como o Eisner em mais de uma ocasião. Hoje já está na edição 137 caminhando para o final da saga, previsto para 150ª e já rendeu algumas séries derivadas, como a solo de João das Fábulas ("Jack of Fables") e "Fairest" (ainda inédita por aqui). No Brasil a série já passou pelas mãos das editoras Devir (os três primeiros encadernados) Pixel Media (o primeiro encadernado e algumas edições mensais) e hoje está com a Panini, que já publicou 15 encadernados (inclusive os que já haviam sido publicados antes e já estavam esgotados) em um ritmo muito bom e preços razoáveis, alcançando a marca de 100 edições originais da revista. 

Em breve, resenhas das edições encadernadas da Panini aqui na Taverna.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Piteco - Ingá: Um velho conhecido sob um prisma diferente

Capa  da edição
Dando continuidade aos excelentes lançamentos da linha Graphic MSP, a Panini disponibilizou no final de 2013 sua quarta edição: Piteco – Ingá, do multi-artista paraibano Shiko, mostrando uma diferente faceta do divertido e azarado personagem pré-histórico criado por Maurício de Sousa que completa 50 anos em 2014.

Shiko fez um trabalho sério e dedicado tanto nas ilustrações (anatomicamente perfeitas e detalhistas, próximos ao italiano Milo Manara) quanto na pintura em aquarela (que lembram alguns quadrinhos europeus). O roteiro também não deixa a desejar. Bem elaborado e passeando tranquilamente pelo folclore brasileiro com certas liberdades poéticas que só têm a acrescentar no belo resultado final da obra. Problemas atuais como a falta de água estão presentes na história, que envolve um perigoso resgate de sua amada, Thuga das mãos de uma perigosa tribo rival.

O artista optou por uma caracterização dos personagens bem dinâmica, brincando com os penteados, alguns com   Dreadlocks (tranças rastafari) parecidos com as de Bob Marley e moicanos como os ainda vemos hoje por aí nas tantas tribos urbanas que nos rodeiam.  As paisagens são um show a parte, mostrando uma natureza praticamente virgem e bela, sem grandes interferências humanas. Não poderia deixar de comentar sobre os enquadramentos escolhidos à dedo pelo artista, parecendo até que as  foram feitos por ótimos diretores de cinema.

Enquadramentos ousados e cinematográficos
As edições anteriores da coleção foram: Astronauta – Magnetar (Danilo Beiruth), Turma da Mônica – Laços (Vitor e Lu Cafaggi) e Chico Bento – Pavor Espaciar (Custavo Duarte). Todas saíram em formato grande e papel couchê com opções de acabamento em brochura ou capa dura a preços razoáveis e ainda disponíveis à venda no mercado. 

Em tempo:
A Panini já prometeu mais quatro novos lançamentos: Papa-Capim (Marcela Godoy e Renato Guedes), Bidu (Eduardo Damasceno e Luís Felipe Garrocho), Turma da Mata (Greg Tocchini, Davi Calil e Artur Fujita) e Penadinho (Paulo Crumbim e Cristina Eiko). Também estão previstos continuações de Astronauta e Turma da Mônica pelas mãos das equipes originais.

Em breve aqui na Taverna teremos resenhas destas edições.
Confira abaixo a prévia da continuação da Turma da Mônica - Laços:



terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Review: Terceira temporada de Dexter


Dando continuidade às resenhas da série de TV Dexter, primeiramente, gostaria de pedir desculpa pela demora (mea maxima culpa!) e dizer que, pelo menos até a quarta, que foi onde, infelizmente, parei de assistir a série, será feita em breve. Não se esqueça que há alguns spoilers espalhados pelo texto. Se não gostar de saber antes de assistir, melhor não seguir adiante com a leitura. Dito isto, vamos ao que interessa:

A história avança na terceira temporada, mostrando diferentes facetas da vida do protagonista e de seus interessantes coadjuvantes. Dessa vez, Dexter acaba se envolvendo em um assassinato não-programado (fora do "Código de Harry") do irmão de Miguel Prado (Jimmy Smits), um promotor de justiça de origem latina em ascensão em sua carreira. Também sem querer, Miguel acaba descobrindo uma parte da verdade de Dexter, acreditando que ele era um assassino e que matara o assassino de seu irmão, fazendo, com as próprias mãos, a justiça que ele mesmo não teve a oportunidade de fazer.

O segredo acaba aproximando os dois e, apesar da grande desconfiança inicial de "Dex", em certo momento ele chega a se perguntar se, mesmo sendo um assassino, também não teria o direito de ter um amigo de verdade, mas aos poucos vai descobrindo que realmente não pode confiar em ninguém, pois o “Código de Harry”, seguido por ele não seria seguido por seu novo “amigo”, que tem suas próprias ideias sobre o que fazer com o que aprendeu com Dexter, levando a temporada a um final dramático, mas esperado por quem conhece o protagonista das temporadas anteriores, o que já é uma boa notícia, pois ele evoluiu até mesmo “como ser humano” (se é que se pode dizer que ele é um), mas continua sendo o velho Dexter, o que já é muito, pelo menos, mantendo a coerência.


Dexter e seu "novo amigo", Miguel Prado
Paralelamente surge Joey Quinn (Desmond Harrington), um novo (e investigado pela corregedoria) parceiro de Debra (Jennifer Carpenter)  e eles investigam o caso de um criminoso que matava pessoas esfolando-as vivas, solucionando o caso de uma forma ousada e interessante. Debra acaba também se envolvendo romanticamente (sempre ela) com o músico Anton (David Ramsey), um antigo contato extraoficial de Quinn que o ajudava a solucionar alguns crimes com suas dicas. Não poderia deixar de comentar da grande novidade que mudará a vida do protagonista para sempre: Ele descobriu que sua namorada Rita estava grávida e decide se casar com ela, tornando-se um pai de família e tudo que isso implica. Veremos no que isso vai dar na temporada seguinte.


Dexter em seu casamento: Pai de família e assassino
Uma interessante novidade é que Dexter continua tendo uma conexão com seu pai, mas não mais como Flashbacks, como acontecia antes. Agora ele se comunica com seu pai diretamente, como um amigo invisível, ou um fantasma, o que acaba se tornando engraçado à medida que ele vai descobrindo o passado secreto de seu pai, com adultério e, indiretamente, culpa num crime que mudou a vida de Dexter para sempre. A cara de vergonha de Harry (James Remar) quando o protagonista vai desvendando seu passado obscuro é um dos pontos altos da temporada.

Esta é a temporada mais parada (até o ponto onde assisti). Uma espécie de suspiro antes do grande mergulho que foi a ótima e surpreendente temporada seguinte. Não quero dizer que seja uma temporada ruim (muito pelo contrário!), continua muito acima da média de várias outras séries atuais. A história continua rendendo interessantes reflexões sobre como um assassino vê o mundo, como um ser estranho à grande maioria das pessoas, quase que como um filósofo da Antiguidade, pensando à respeito do que as pessoas fazem e porque o fazem, levando até mesmo os não-serial killers a refletirem sobre seus atos diários, sentimentos, forma de pensar, etc.


Clique aqui e confira a resenha da segunda temporada.                                                     

Clique aqui e confira a resenha da primeira temporada.
Clique aqui e leia uma breve análise sobre a série, no artigo: "Dexter e sua missão (im)possível de tornar um assassino adorável".