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quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

"Fábulas": A história além dos contos infantis

Capa da 1ª edição da mensal
Já parou pra pensar como seria a vida dos personagens de contos infantis além da das histórias que conhecemos? O que aconteceu depois que a Branca de Neve ganhou o famoso beijo que a acordou do sonho eterno? E o Príncipe Encantado, quem é(são) mesmo esse(s) cara(s)? E o Joãzinho, o do pé de feijão e o da Maria, são a mesma pessoa? Pensando nisso (muito antes da, também interessante, série de tevê “Once Upon a Time”) o escritor de quadrinhos Bill Willinghan criou a série "Fábulas" ("Fables", no original), que preocupa-se em preencher essas lacunas, mostrando o que fizeram antes das histórias famosas e o que fazem hoje os personagens que conhecemos desde a tenra infância. A partir daí ele nos apresenta respostas a algumas das perguntas acima e outras tantas mais.

Pra começar, eles viviam todos em um local chamado “Terras Natais” e tiveram que fugir para o "Exílio" (nossa realidade, também conhecida como "Mundo Mundano" ou "Terreno") devido à ascensão de um ditador sanguinário conhecido simplesmente por “Adversário”. As “fábulas” (como são denominadas na história os personagens infantis) com aparência humana vivem em um local chamado “Cidade das Fábulas”, em Nova York, e os com aparência animal, mitológica ou monstruosa vivem em uma propriedade isolada denominada simplesmente de “Fazenda”.

Pra se ter uma ideia, o Lobo Mau se tornou o xerife da comunidade, a Branca de Neve se separou do adúltero Príncipe Encantado e se tornou assessora política influente do prefeito da Cidade das Fábulas e ainda tem uma irmã problemática e, até então desconhecida, chamada Rosa Vermelha que, por acaso, namora o charlatão João das Fábulas (ou das lorotas), que realmente é o mesmo Joãozinho de todas as histórias que conhecemos. Todos convivem numa comunidade urbana muito parecida com a que muitos de nós vivemos e enfrentam problemas muito familiares, como ter que trabalhar ou cuidar da saúde, o aumento da criminalidade, intrigas, inimizades, etc. 

Painel da capa do 2º encadernado: "Revolução dos Bichos"
A série é carismática por apresentar os personagens que antes víamos como infalíveis (Príncipe Encantado) ou frágeis (Branca de Neve) devido às famosas versões iminentemente maniqueístas e limitadas que conhecemos na infância, como se realmente se tratassem de seres humanos como nós, com defeitos e qualidades. Cheios de dúvidas sobre si mesmos, até mesmo sendo sacanas algumas vezes pra conseguir o que querem. Definitivamente, não se trata de histórias pra crianças.

O principal artista da série é Mark Buckingham, mas há colaborações frequentes de Lan Medina e Steve Leialoha. As capas sempre foram uma obra à parte, que merecem grande destaque não só pela sua grande qualidade artística, como também por fazer uma síntese eficiente da série, destacando aspectos relevantes sobre o que trata cada edição, foram de autoria de James Jean até a edição 81 e a partir de então são de João Ruas.

Rosa Vermelha:
15° encadernado
A série é publicada pelo selo "Vertigo" ("DC Comics") desde 2002 e já conquistou vários importantes prêmios dos quadrinhos, como o Eisner em mais de uma ocasião. Hoje já está na edição 137 caminhando para o final da saga, previsto para 150ª e já rendeu algumas séries derivadas, como a solo de João das Fábulas ("Jack of Fables") e "Fairest" (ainda inédita por aqui). No Brasil a série já passou pelas mãos das editoras Devir (os três primeiros encadernados) Pixel Media (o primeiro encadernado e algumas edições mensais) e hoje está com a Panini, que já publicou 15 encadernados (inclusive os que já haviam sido publicados antes e já estavam esgotados) em um ritmo muito bom e preços razoáveis, alcançando a marca de 100 edições originais da revista. 

Em breve, resenhas das edições encadernadas da Panini aqui na Taverna.

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