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sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Review: Primeira temporada de Dexter

Aproveitando o final recente e controverso da série, e cumprindo uma promessa que fiz nesse mesmo blog já há algum (muito!) tempo, começarei a partir desse post a tecer breves comentários, tentando (quase sempre) evitar spoilers para que você, que ainda não conhece a saga televisiva do serial killer "Dexter" possa ter uma pequena noção da complexidade da história e riqueza do personagem. Como o melhor lugar pra começar é sempre do começo, iniciaremos na primeira temporada, seguindo adiante num ritmo interessante. Minha intenção é falar sobre as primeiras temporadas, uma por semana, até a quarta, que foi onde, infelizmente e a contragosto, parei de acompanhar. Tão logo eu tenha acesso às demais, os reviews terão continuidade.

Essa série, eu conhecia apenas de nome e nunca tinha manifestado maior interesse até um amigo meu comentá-la comigo, defendendo-a como muito interessante, por analisar os seres humanos sob um outro ponto de vista, o de um serial killer, que se tornou o que é devido a um trauma da infância que aos poucos vai sendo contada. Ele tinha o boxe de DVDs das quatro primeiras temporadas e me emprestou durante as últimas férias, me iniciando no mundo de Dexter e fazendo ficar curioso a cada episódio para saber o que acontece a seguir. Lendo esse e os demais artigos você vai descobrir porquê.


1ª Temporada (Análise)

A série tem início com seu protagonista, Dexter Morgan (Michael C. Hall), já adulto em pleno seu ritual de caçada a uma de suas futuras vítimas. O personagem tem uma vida social simulada dentro do que é minimamente aceitável (como todo serial killer), trabalha, tem uma irmã, uma namorada, entre outras coisas, com a peculiaridade de ser um assassino serial tem um objetivo bem formado em sua mente cultivado por seu pai adotivo, Harry Morgan (James Remar), a partir do momento em que ele descobriu seu instinto assassino (liberar seu “passageiro sombrio apenas naqueles que conseguem burlar as leis, escapando ilesos). Dessa forma ele acredita corrigir um sistema que apresenta falhas. Dexter então se torna um perito em dispersão de sangue da polícia metropolitana de Miami e tenta se mostrar como um cidadão americano comum com uma namorada Rita (Julie Benz), uma irmã, Debra (Jennifer Carpenter) e “amigos”, como Angel Batista (David Zayas) e colegas de trabalho, como a tenente Maria LaGerta (Lauren Vélez), que à princípio demonstra interesse afetivo por Dexter, e o sargento James Doakes (Erik King), personagem que sempre desconfiou bastante de Dexter e que ganha grande destaque na segunda temporada.

Nessa primeira temporada os personagens centrais da trama são apresentados e aos poucos a história de cada um deles vai crescendo e cativando devagarzinho o espectador. De cara, Dexter encontra um nêmesis à altura, que fica conhecido pela polícia como “Assassino do Caminhão de Gelo”, personagem que tem uma estranha relação com o protagonista, que parece conhecer sua história de vida e tendências assassinas. Esse outro assassino aos poucos vai mostrando à ele que o conhece melhor que ninguém (até ele mesmo) e vai o encurralando cada vez mais no sentido de fazê-lo lembrar de um passado que estava escondido nos corredores mais escuros de sua mente: o motivo que o fez se tornar um assassino. Esse outro assassino aos poucos vai entrando na vida de Dexter, inclusive tendo um relacionamento com sua Debra para conseguir se aproximar ainda mais do protagonista e colocá-lo em uma situação bem difícil no final da temporada.

No decorrer dos 12 primeiros episódios que formam a primeira temporada, a história contada é uma sucessão de reviravoltas até ele descobrir quem era o Assassino do Caminhão do Gelo, por que ele faz isso (o que tem intima relação com o passado de Dexter) e o possível início de uma transformação do protagonista em um ser humano normal que vive em sociedade (o que, na prática, estudos mostram ser impossível).

A forma que o programa narra a trajetória de Dexter nessa primeira temporada é repleta de flasbacks, onde vamos descobrindo aos poucos quem realmente é o protagonista e como ele se tornou o assassino frio que aprendemos a gostar tanto. Uma característica interessante é que no início e final de cada episódio, Dexter faz, através de monólogos, análises sobre o funcionamento da sociedade sob um ponto de vista totalmente diferente do que estamos acostumados. O de um assassino serial.

Quase esqueci de comentar a trilha sonora, com calientes e variadas canções caribenhas no decorrer  e a abertura da série, que é um show à parte, mostrando Dexter em situações corriqueiras, como amarrar o cadarço do sapato, preparar um almoço e um suco, sugerindo que se tratam de situações de assassinato de suas pobres vítimas (não tão probrezinhas assim, né?).

O ritmo da série é ditado pela oscilação entre presente e passado, mostrando camada a camada, como Dexter foi formando sua personalidade distorcida e as crises pelas quais passou até se tornar quem é hoje. Espero que tenha curtido esse breve review. Assumo que gostaria de escrever muito mais aqui, mas não quero fazer com que o leitor ainda não iniciado perca o prazer de descobrir os detalhes da série da melhor forma possível, que é assistindo.

Leia também: http://tavernapop.blogspot.com.br/2013/08/como-ter-simpatia-por-um-assassino.html