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quarta-feira, 14 de junho de 2017

Panini promete novidades no Renascimento DC

Após o recente lançamento da fase DC Renascimento no Brasil, com a publicação do especial Universo DC Renascimento seguido pelos primeiros números dos títulos: Batman, Dectetive Comics, Superman, Action Comics, Mulher-Maravilha, Liga da Justiça e Lanternas Verdes entre o final de abril e meados de maio deste ano, a Panini Comics está prometendo uma nova leva de lançamentos com outros personagens da Editora das Lendas

As equipes criativas destes primeiros lançamentos de cada série ficaram assim: 

Batman – Roteiro: Tom King (Asa Noturna), Arte: David Finch (Mulher-Maravilha);
Dectetive Comics – Roteiro: James Tynion IV (Batman Eterno), Arte: Eddy Barrows (Novos Titãs);
Superman – Roteiro: Peter J Tomasi, Arte: Patrick Gleason (dupla criativa de Batman e Robin);
Action Comics – Roteiro: o lendário Dan Jurgens (Mulher-Maravilha, Novos Titãs, Superman), arte: Patrick Zircher (Fim dos Tempos), Tyler Kirkhan (Terra 2) e Stephen Segovia (Capuz Vermelho e Foragidos);
Mulher-Maravilha – Roteiro: o também lendário Greg Rucka (Mulher-Maravilha pré-novos 52), arte: Liam Sharp (Hulk) e Nicola Scott (Terra 2);
Liga da Justiça – Roteiro: Bryan Hitch (Liga da Justiça), arte: Tony Daniel (Batman);
Lanternas Verdes – esse título (na verdade, o único novo mix até agora) compila dois títulos mensais americanos em 92 páginas mensais: Green Lanters, com roteiro Robert Venditti (Flash), Rafa Sandoval (Mulher-Gato) e Ethan Van Sciver (Nuclear) e ainda Hal Jordan and the Green Lantern Corps, com roteiro de Sam Humphries (X-Force) e arte de Robson Rocha (Aves de Rapina).




A segunda leva de lançamentos
Um pouco mais tardiamente, mas ainda dentro desta primeira leva, chegou às bancas recentemente o primeiro número da nova série da Arlequina, que agora tenta acompanhar o lançamento desse títulos e pro mês de julho a editora está prometendo o lançamento de uma nova mensal (pelo menos, por enquanto, como a própria editora ressalvou em seu blog) seguindo o mesmo modelo e número de páginas da maioria: Jovens Titãs, que deve conter duas edições originais da equipe nas primeiras edições e posteriormente dividir espaço com a nova série da Ravena.

As mais recentes novidades
Pegando carona no sucesso das edições mais recentes do Demolidor a editora está lançando algumas séries também em forma de encadernados, com capa cartão, lombada quadrada e miolo em LWC, formato que vem dando muito certo com o Demônio da Cozinha do Inferno, que já está chegando em seu 13º volume pela editora.

As novas apostas da Panini/DC são:

Arqueiro Verde vol. 1 (Formato americano, capa cartão, miolo LWC, 140 páginas, R$ 19,90) — Sem aliados, sem dinheiro e sem moral, o maior arqueiro do Universo DC está de volta… mas talvez fosse melhor que ele se aposentasse para sempre! Para compensar, nesse novo início para Oliver Queen, o herói vai reencontrar alguém que vinha fazendo muita falta em sua vida: a Canário Negro.
Aquaman vol. 1 (Formato americano, capa cartão, miolo LWC, 164 páginas, R$ 22,90) — Ainda dividido entre dois mundos, o Rei dos Mares está de volta, ao lado de sua amada Mera, para tentar conciliar as duas civilizações que o fizeram ser quem é hoje. Infelizmente para ele, o Arraia Negra não pretende deixar que esse sonho se torne realidade. Na verdade, ele pretende transformá-lo em um verdadeiro pesadelo!
Terra 2: Sociedade vol. 1 (Formato americano, capa couché, miolo LWC, 116 páginas, preço a definir) — As maravilhas estão em uma nova Terra, tentando desesperadamente estabelecer uma civilização que não incorra nos mesmos erros do que a anterior. No entanto, parece que nem mesmo seres superpoderosos conseguem se desvencilhar dos atritos que impedem uma vida de paz. E a previsão é de… guerra total!

Em breve traremos maiores detalhes sobre esses novos lançamentos.

Os primeiros problemas
Infelizmente nem só de boas notícias vivemos e a má notícia nesses primeiros lançamentos foi exatamente O LANÇAMENTO. Chegaram poucas edições em banca (nas que chegaram, receberam só um exemplar de cada), até mesmo os assinantes tiveram problemas pra receber seus primeiros números. Agora é esperar e torcer pra que esses problemas iniciais sejam passageiros. Pode ser até que o tamanho do sucesso tenha sido uma surpresa até pra própria editora. Vamos ver o que acontece daqui pra frente.

domingo, 11 de junho de 2017

Review do filme "Mulher-Maravilha": O ESPÍRITO DA VERDADE




Este novo review é mais um texto produzido especialmente pelo parceiro e também 
"quadrinhófilo" Thiago Ribeiro, a quem a Taverna faz novamente agradecimentos especiais.

Como ter empolgação, o famoso hype, para assistir um filme fruto de um estúdio que recentemente picotou tanto um filme ao ponto de transformar em chacota os dois maiores ícones do gênero de super-heróis (Batman vs Superman) e de produzir outro filme que abusa dos momentos ruins e da péssima edição de cenas, transformando bons vilões em personagens apáticos (Esquadrão Suicida) Como buscar a empolgação após vazamentos seletivos anunciando que o filme era tão ruim quanto os que tinham sido feitos até agora pelo mesmo estúdio e, também, notar que a Warner/DC não estava gastando dinheiro na divulgação do filme, ficando claro que queria mais esconder seu produto do que divulgá-lo?

A resposta ficou claro agora: a empolgação nasce da vontade genuína com que vou assistir a todos os filmes de super-heróis e esperando ser recompensado com um ótimo filme. E, preciso dizer com todas as letras, que fui imensamente recompensado com o filme da maior heroína da era heróica, a bela Diana de  Themyscira, a nossa Mulher-Maravilha. A começar pelo clima que o filme estabelece em seus primeiros momentos na Ilha Paraíso. O lar das amazonas é devidamente retratado com o que há de melhor na história da personagem, pois faz jus ao estilo desenvolvido pelo autor e desenhista George Perez (Novos Titãs, Mulher-Maravilha, Superman) na década de 80 e pelo autor Phil Jimenez (Novos X-Men, Os Invisíveis, Mulher-Maravilha) nos anos 2000. As amazonas são uma raça de mulheres forte, dando destaque para a presença sempre magnética Robin Wright, a nossa querida e detestável Claire Underwood (House of Cards), e preparadas para o conflito porvir.

Temyscira e a Maravilhosa pós-Crise nas
Infinitas Terras, no traço de George Perez...
... e nos anos 2000, por Phill Jimenez


Numa mudança mais maniqueísta de bem contra o mal, o filme nos apresenta a criação das amazonas e da humanidade por Zeus, sendo odiado pelo seu filho Ares. Os outros deuses foram mortos nessa guerra. Aqui, abro uma pausa, pois o material para a franquia prosseguir está bem claro ao deixar aberto a ressurreição ou participação de outros deuses na franquia da DC. Até Novos Deuses do mestre Jack Kirby serão bem-vindos.

Mas o filme não se trata das amazonas, e, sim, sobre a jornada da heroína para o mundo do patriarcado em guerra. E é aqui que devesse falar do maior acerto do filme, a sua interprete principal, a Mulher-Maravilha vivida pela israelita Gal Gadot. A sua presença não é magnética como a da general Antíope de Robin Wright, pois a sua interpretação nasce da verdadeira vontade de ajudar da personagem Diana. A atriz, ajudada pelo roteiro dos dois primeiros atos, soube entender as facetas da personagem. A ingenuidade de quem não conhece um novo mundo, a empolgação em querer ajudar e a necessidade de fazer o correto, mesmo que tenha que usar da força para isso.
A diretora Patty Jenkis soube tirar o
melhorda a trajetória de Diana nas HQs
Mas Gadot não brilha só. A presença de Cris Pine (da nova franquia Star Trek) é um dos muitos acertos do filme. O ator vive o capitão Steve Trevor, um Indiana Jones da I Guerra Mundial, menos cínico que o Indy de Harrison Ford, mas tão cativante quanto. A presença do personagem é a ponta que Diana precisa para deixar a sua ilha de isolamento, literalmente. Porém, o mérito da química dos atores se deve muito à direção orquestrada pela diretora Patty Jenkins (Monster, The Killing), que em nenhum momento diminui o papel de Trevor ante a força bruta da Mulher-Maravilha, ou vice-versa. Os dois personagens agem em conjunto, discordando em muitos pontos, mas sempre se ajudando, buscando o sucesso de seus atos, mostrando que homens e mulheres só avançam, seja no campo de batalha, seja na vida, quando trabalham juntos.

Porém, mesmo após os dois primeiros atos quase perfeitos, o filme apresenta problemas estruturais que se deve levar em conta. Primeiro são seus efeitos especiais que nem sempre funcionam, deixando o expectador desiludido com o que está vendo, mesmo que seja com um bom roteiro. Segundo, a presença de personagens secundários que apesar de ter sua função moral na trama – a secretária que é tratada como subalterna, o franco atirador que não consegue atirar devido aos terrores da guerra, o índio que é fruto de uma guerra já perdida na América e que ganha a vida levando suprimentos para o campo de batalha, e, por último, o espião que só queria ser ator – não fazem a narrativa se desenvolver, estando ali apenas como figuras demonstrativas de sua época.

Por último, deve-se citar o caso do vilão Ares. Presente no último ato e se mostrando como um deus que apenas demonstra os caminhos do conflito, o combate entre a Mulher-Maravilha e o Deus da Guerra não foge aos clichês de filmes de super-heróis que tem em seu último ato o momento mais fraco da película. Porém, o conflito dos dois não compromete os muitos méritos do filme.

Antes de encerrar, devo comentar a melhor passagem do filme aos olhos de um fã de quadrinhos e de histórias de guerras: a passagem pelas trincheiras da primeira guerra mundial. Poucas vezes, no cinema de super-heróis, houve momento mais catártico. Quando Diana, após ouvir a história de uma mulher desesperada com uma criança no colo e que teve sua vila tomada, remove a veste preta que estava usando, após ter uma discussão com Trevor, quando o mesmo afirma que é impossível se mover um milímetro naquele campo de batalha, e se mostra em toda a sua força é daqueles momentos para ficar cravado à bala na história do gênero. Ali está tudo que representa a Mulher-Maravilha: a necessidade de agir para ajudar ao próximo, o caminho da paz mesmo que seja passando pelo conflito e o sentimento de trazer alguma mudança ao mundo dos homens. Tudo isso em um momento glorioso de Gal Gadot.

Gal Gadot também brilhou em trajes civis de época, esbanjando simpatia
e dedicação em cada cena do filme
Mulher-Maravilha se mostrou um filme acima da média do que vem sendo produzido no cinema de massa no gênero. Mostrou que a Warner/DC pode ver um caminho de luz e esperança ao confiar em seus atores e seus diretores, um filme que não foge ao clichê do último ato grandioso e derrapante, mas, acima de tudo, um filme que fez jus à maior heroína da cultura pop. Um filme maravilhoso.

Clique aqui pra ler um outro review da Mulher-Maravilha por Tarcisio Braga