Há algum tempo foi divulgado em alguns sites especializados em quadrinhos que a Panini Comics finalmente iniciaria a publicação da a série "Justiceiro Max" no Brasil, com roteiros de Jason Aaron ("Escalpo") e arte de Esteve Dillon ("Preacher"). A informação finalmente foi confirmada esta semana no hotsite Wizmania, da própria editora.
De acordo com informações de Rodrigo Guerrino a previsão é que o encadernado “Justiceiro Max: Rei do Crime” chegue às bancas e livrarias ainda em fevereiro apresentando uma nova visão sobre como Wilson Fisk veio a se tornar o "Rei do Crime" (KingPin, no original), antigo inimigo do "Homem-Aranha" que acabou ganhando destaque nas histórias do Demolidor de Frank Miller nos anos 80 e também como um dos principais inimigo do próprio "Justiceiro".
A trama é totalmente isolada da cronologia tradicional dos personagens e se inicia com um plano dos chefes da máfia que sai aliam a fim de acabar de vez com Frank Castle que vinha lhes causando grandes prejuízos devido à sua guerra declarada contra o crime. Eles inventam a existência de um sujeito misterioso chamado “Rei do Crime”, que seria o grande chefão com domínio sobre todas as quadrilhas para chamar a atenção do Justiceiro, enquanto mantêm suas atividades criminosas. O problema é que o “intérprete" acaba gostando tanto do papel que quer que ele saia da ficção e se torne realidade.
O volume, em capa dura, tem 124 páginas, preço sugerido de R$ 22,90 e compila as edições 1 a 5 da revista Punisher Max.
Começou a circular na internet essa semana o primeiro trailer completo do filme “Os Guardiões da Galáxia”, que expande ainda mais a presença e integração de personagens do Universo Marvel nos cinemas, iniciada lá em 2008, com o primeiro filme do Homem de Ferro.
O filme é uma produção da Marvel Studios e tem direção de James Gunn, contando com nomes de peso no elenco,como Chris Pratt, Zoe Saldana, Lee Pace, Benício del Toro, Bradley Cooper e Vin Diesel. Deixando de conversa e indo direto ao que interessa, clique aqui ou na imagem e confira o trailer. A estreia vai ser no dia 1º de agosto.
Página de uma das histórias de Alan Moore pra revista
Há algum tempo comentamos aqui sobre a revista mensal “Juiz Dredd Megazine” (Mythos Editora), que publica no Brasil os quadrinhos da 2000 A.D., disponibilizando aos leitores brasileiros a melhor antologia de contos da editora britânica, mesclando material mais antigo (principalmente histórias clássicas do "Juiz Dredd" e alguns contos curtos de Alan Moore) a material mais recente ("Área Cinzenta", algumas histórias mais recentes do "Juiz Dredd" e "Áquila"). A intenção deste novo texto é destacar uma constante que agrega muito valor à HQ: os contos de Alan Moore.
Normalmente são dois os títulos das aventuras capitaneadas por Moore: "Distorções Temporais" e "Choques Futuristas de Tharg" (que era uma espécie de curador das histórias antigas da editora, guiando os leitores pela revista além de narrar de alguns contos), que se revesam na revista. O interessante dessas histórias escritas lá no início dos anos 80 pelo escritor inglês é que, apesar de curtas (normalmente, de duas a quatro páginas), cada uma tem uma reflexão interessante sobre a forma como vemos a vida e a noção ingênua que temos de realidade e também do que seria o espaço-tempo.
Dentro de diferentes contextos e com histórias independentes entre si, o autor, sempre acompanhado de excelentes desenhistas (com arte em preto e branco) traça flashes de sua compreensão de mundo, fazendo com que, mesmo hoje, mais de 30 anos após sua primeira publicação, o material continue sendo relevante. Lá ele mostra, por exemplo, como imaginava o futuro naquela época, com todas as facilidades que os avanços tecnológicos vinham causando e prometiam ainda mais, como ficariam as relações entre os seres humanos, quando eles praticamente poderiam se tornar imortais (o que isso poderia acarretar?) e buscando ainda respostas para elos perdidos, chaves que levaram à evolução da humanidade, entre vários outros interessantes exercícios de imaginação no sentido de adivinhar o que os seres humanos são capazes de fazer, caso não parem pra pensar no que realmente é o melhor pra si e para os outros.
Algumas histórias tem um tom um pouco ingênuo, se compararmos ao nível que o autor se encontra hoje em dia, mostrando uma clara evolução, mas é possível percebermos a semente do que surgiria dali pra frente da mente desse grande gênio da mídia, que nos presenteou com obras complexas como “V de Vingança”, “O Monstro do Pântano”, “Watchmen”, “Batman: A Piada Mortal”, “A Liga Extraordinária”, “Promethea”, entre tantas outras histórias de destaque. Vale a pena conferir essa, que é a maior pérola do mix da revista mensal.
Um dos banners de divulgação do novo filme, mesclando imagens dos personagens em diferentes épocas
Quem era “grandinho” no ano 2000 e curtia (ainda que remotamente) HQs foi agraciado com uma ótima novidade nos cinemas: “X-Men – O Filme” (Fox), do diretor Brian Singer (ainda pouco conhecido), com um elenco relativamente desconhecido do grande público, mas com alguns nomes de peso em papéis de destaque, como Ian Mckellen (Magneto) e Patrick Stewart (Prof. Xavier) e um roteiro que misturava muito do que encontrávamos nos quadrinhos (preconceito, ideias antagônicas, mas consistentes, do que seria bem e mal) com fortes tons de ficção científica (“SciFi”), sentido na forma como as coisas são explicadas, assim como os próprios uniformes dos personagens, que foram adaptados à roupas mais “práticas” e menos coloridas (couro preto estilizado), tirando um pouco do que poderia soar pueril nos personagens.
O diretor teve o mérito de explorar o universo mutante de uma forma tão interessante que acabou sendo a chave que abriu a porta a tantos outros personagens de diferentes editoras, mas, sobretudo da Marvel e DC, que há anos não ganhavam filmes de qualidade, salvo raríssimas exceções. Daí veio a também excelente (mas controversa) trilogia do "Homem-Aranha" (Sam Raimi) da Sony, por exemplo, e a, praticamente irretocável, trilogia do "Cavaleiro das Trevas" (Christopher Nolan), da DC/Warner Bros. A força dos X-Men no cinema foi tão grande que acabou fazendo o sentido inverso, se refletindo nas HQs que a inspiraram, que passavam pelas mãos do grande roteirista Grant Morrison no início dos anos 2000, que logo no de cara escreveu o que chamou de “Manifesto Morrison”, apresentando aos leitores o que planejava fazer aos mutantes em sua passagem pelo título, considerando acertada a ambientação dada à história nos cinemas.
Personagens nos anos 70, uma das linhas temporais exploradas na nova trama
O ressurgimento do Universo X nos cinemas
O motivo principal dessas linhas é que, após o terceiro filme dos mutantes, devido a algumas pedras pelo caminho (mudança de diretor e furos estranhos no roteiro, por exemplo), a franquia andava meio morna nos cinemas, apesar do lançamento do esquecível primeiro filme do “X-Men Origens: Wolverine”, de 2009. Mas eis que dois anos depois surge “X-Men: Primeira Classe”, uma nova aposta da Fox com custos bem inferiores ao da trilogia original, portanto, bem menos pretensiosa, mas que, nas mãos do diretor Mattew Vaughn e com produção de Singer, os ótimos atores James McAvoy e Michael Fassbender, nos papéis de Xavier e Magneto, respectivamente, que nesse novo filme são os grandes protagonistas e uma trama que se passa nos anos 60, em plena guerra fria e explora muito bem o clima de tensão do período incluindo de forma verossímil a existência dos mutantes acabou por tornar-se uma pérola que acabou dando novo ar à franquia.
O sucesso foi tão grande quanto inesperado (até os personagens eram poucos conhecidos) e possibilitou um novo filme unindo as duas histórias por um meio que ainda vamos descobrir, quando for lançado o filme “X-Men: Dias de um Futuro Esquecido”, baseado na saga homônima nas HQs publicada no início dos anos 80, com roteiro de Chris Claremont e arte de John Byrne. O filme estreia em maio desse ano, já sendo considerado o filme mais caro baseado em HQs, principalmente pelo alto custo com o elenco, que conta com alguns, hoje, mega-astros. Pra aquecer os motores, ano passado já foi lançado o segundo filme de “Wolverine Imortal” (James Mangold), bem superior ao primeiro, mas ainda longe de uma adaptação absoluta das histórias do selvagem personagem aos cinemas, apesar da excelente atuação de Hugh Jackman no papel principal, a melhor coisa do filme. Apesar dos pesares, o resultado nas bilheterias foi animador (os melhores dentre todos os filmes X) e aumentaram ainda mais a expectativa sobre o próximo filme dos mutantes.
Capa da Empire revelando o visual final das Sentinelas
Singer voltou à direção no projeto do novo filme, que tem de cara o desafio de dar verossimilhança a uma trama intrincada que envolve viagens no tempo, pontas soltas deixadas nos filmes anteriores (a partir do terceiro filme e que só piorou com os posteriores, inclusive o "Primeira Classe") e a aparição dos Sentinelas (Robôs caçadores de mutantes), cuja existência havia sido apenas insinuada em “X-Men: O Confronto Final” (Brett Ratner), de 2006, último da equipe. Não bastasse a expectativa, que já era muito grande, agora que já existe a promessa de um novo filme para 2016, contra outro inimigo gigante dos mutantes: Apocalypse. O que nos resta é esperar pra ver como público e estúdio (queria deus que tenham aprendido com seus erros passados) se comportam após o grande lançamento desse ano e torcer pra que essa interessante franquia continue relevante nas telonas.