Outro filme que eu estava devendo um review há tempos é X-Men: Dias de um Futuro Esquecido, de Bryan Singer (Operação Valquíria), que dirigiu as duas primeiras e bem-sucedidas produções da franquia e produziu a eficiente retomada da série com X-Men: A Primeira Classe. Pra começar trata-se de um filme complicado de se produzir por incluir elementos complexos de viagem no tempo e uma intrincada cronologia cinematográfica das produções da Fox (quase tão confusa quanto as HQs), que não tem se preocupado muito (na verdade, quase nada) com a coerência de vários personagens que tiveram diferentes versões ao longo dos três filmes anteriores, dois solo de Wolverine e mais um de X-Men: A Primeira Classe, com histórias que entram em conflito umas com as outras em vários pontos.


A história nas HQs
A ideia inicial seria usar como base uma das últimas e melhores histórias dos mutantes produzida pela dupla Chris Claremont/John Byrne. Na história original os mutantes são considerados criminosos e presos por seu potencial destrutivo, ainda que não sejam criminosos, como é o caso dos X-Men, que já tem muitos de seus membros mortos, outros prisioneiros e alguns fugitivos. Nessa história dividida em duas partes eles ficam à mercê das Sentinelas (Robôs gigantescos criados pra caçar mutantes), que acabaram tomando o controle após um assassinato muito específico que desencadeou uma perseguição desenfreada contra os mutantes. Nos quadrinhos o enredo se passa num futuro distópico onde a, então recém-incluída na equipe, Kitty Pryde, já está com alguns anos e muito sofrimento nas costas e acaba recebendo a missão de, por meio de um plano mirabolante, voltar ao passado e impedir que ocorra um evento que supostamente desencadeou outros acontecimentos que levaram àquele realidade sombria.
A ideia inicial seria usar como base uma das últimas e melhores histórias dos mutantes produzida pela dupla Chris Claremont/John Byrne. Na história original os mutantes são considerados criminosos e presos por seu potencial destrutivo, ainda que não sejam criminosos, como é o caso dos X-Men, que já tem muitos de seus membros mortos, outros prisioneiros e alguns fugitivos. Nessa história dividida em duas partes eles ficam à mercê das Sentinelas (Robôs gigantescos criados pra caçar mutantes), que acabaram tomando o controle após um assassinato muito específico que desencadeou uma perseguição desenfreada contra os mutantes. Nos quadrinhos o enredo se passa num futuro distópico onde a, então recém-incluída na equipe, Kitty Pryde, já está com alguns anos e muito sofrimento nas costas e acaba recebendo a missão de, por meio de um plano mirabolante, voltar ao passado e impedir que ocorra um evento que supostamente desencadeou outros acontecimentos que levaram àquele realidade sombria.
A adaptação
No filme a cronologia é totalmente diferente e, portanto, vários elementos foram alterados, como o próprio viajante do tempo, que passou a ser a escolha mais óbvia possível: Wolverine (Hugh Jackman), com a desculpa de que a viagem ao seu corpo do passado lhe causaria danos mentais e blablablá que apenas ele, com seu fator de cura seria capaz de suportar. Tudo bem. Aceitável pelo fato de atualmente ele ser o grande personagem dos X-Men (tanto nas HQs quantos nos filmes), diferente do momento em que a história original foi publicada, quando ele era um personagem secundário que apenas começava a ganhar destaque.
No filme a cronologia é totalmente diferente e, portanto, vários elementos foram alterados, como o próprio viajante do tempo, que passou a ser a escolha mais óbvia possível: Wolverine (Hugh Jackman), com a desculpa de que a viagem ao seu corpo do passado lhe causaria danos mentais e blablablá que apenas ele, com seu fator de cura seria capaz de suportar. Tudo bem. Aceitável pelo fato de atualmente ele ser o grande personagem dos X-Men (tanto nas HQs quantos nos filmes), diferente do momento em que a história original foi publicada, quando ele era um personagem secundário que apenas começava a ganhar destaque.
O filme acaba trabalhando com três linhas do tempo distintas. O futuro sombrio, os anos 70 (posteriores aos eventos passados em Primeira Classe) e o presente (que só aparece mesmo no final do filme. No futuro, onde muito da ação ocorre paralelamente ao que ocorre no passado, pois o corpo de Logan se encontra lá e apenas suas memórias são enviadas à seu corpo mais jovem, rendendo interessantes cenas, onde o personagem busca, a princípio entender o que está acontecendo, pra depois dar prosseguimento à sua missão.
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O filme não seria tão bom sem Mística e sua fúria |
O roteiro acabou usando mesmo como base de acontecimentos definitivos o que se passa com os personagens da nova franquia dos mutantes, renovada com a X-Men: A Primeira Classe, onde o grosso da ação se passa, com os demais personagens aparecendo mais como homenagens, que qualquer outra coisa e Wolverine, que teoricamente seria o protagonista da trama, apenas servindo como elo entre as diferentes tramas, cujos protagonistas/antagonistas mesmo são o professor Xavier, Magneto e Mística, cujas ações realmente acabam bagunçando as coisas ao longo do roteiro. Enquanto Logan na maioria do tempo apenas interage com eles e é simplesmente descartado do cenário principal em certa altura da história.
Os pontos altos
Destaque para a mescla novamente feita entre realidade e ficção, semelhante ao que aconteceu em Primeira Classe, que usou de forma inusitada o contexto histórico em que estava inserido com desdobramentos na Crise dos Mísseis de Cuba, ocorrido durante a Guerra Fria, aqui temos Magneto preso como suspeito de um assassinato que mudou a história dos Estados Unidos e do mundo, ou seja, um mutante, como um dos maiores assassinos da história, definitivamente criaria grande pânico nos líderes mundiais, que poderia, influenciar no futuro catastrófico apresentado na linha futura do filme.

Trata-se de um filme bom? Com certeza. Um dos melhores da franquia, ao lado de X-2, também de Singer com um roteiro leve (como deve ser pra não aumentar a censura sobre a idade) com toques sutis de humor, muita ação (sobretudo no futuro), conflitos ideológicos que sempre marcaram os X-Men e ainda conta com um elenco cheio de atores com que hoje hoje já têm uma sólida carreira, sendo considerados astros e estrelas. Agora, se a intenção era atar todos as pontas soltas e resolver de vez a questão cronológica dos filmes X, parece que a meta não foi tão bem atingida, afinal, Xavier tinha morrido ao final de X-Men 3 (o que foi solenemente ignorado, quando ele apareceu no futuro) e algumas coisas ficaram um tanto confusas, como, por exemplo, em que momento exatamente se passa a cena final do filme. Mexer com viagens no tempo pode até parecer uma boa solução pra resolver problemas cronológicos, mas é meio complicado, pois há uma série de variantes a se considerar. De qualquer forma, há muito mais prós que contras e, pelo menos dessa vez, a Fox conseguiu acertar com os super-heróis da Marvel, que têm amargados produções de qualidade duvidosa ao longo dos últimos anos, salvo exceções.Vale muito a pena assistir.
Lembro que vale a pena esperar as letrinhas terminarem de passar no final do filme, pois a cena pós-crédito dá um curto spoiler sobre o vindouro vilão já confirmado X-Men : Apocalypse, cuja trama se passará nos anos 80 novamente com os atores de Primeira Classe e a direção estará novamente nas mãos de Singer, como foi confirmado essa semana. Deixando de lado os problemas cronológicos a partir desse próximo filme, as tramas devem correr mais soltas e descompromissadas, podendo render ótimas produções que agradem tanto fãs quanto amantes do cinema.
Confira abaixo o making-off quentinho (vai estar nos extras do Bluray) da cena do Mercúrio que comentei acima, de longe, a mais divertida do filme:
Lembro que vale a pena esperar as letrinhas terminarem de passar no final do filme, pois a cena pós-crédito dá um curto spoiler sobre o vindouro vilão já confirmado X-Men : Apocalypse, cuja trama se passará nos anos 80 novamente com os atores de Primeira Classe e a direção estará novamente nas mãos de Singer, como foi confirmado essa semana. Deixando de lado os problemas cronológicos a partir desse próximo filme, as tramas devem correr mais soltas e descompromissadas, podendo render ótimas produções que agradem tanto fãs quanto amantes do cinema.
Confira abaixo o making-off quentinho (vai estar nos extras do Bluray) da cena do Mercúrio que comentei acima, de longe, a mais divertida do filme: