
Esta edição é controversa, pois tem bons personagens, um roteiro muito próximo ao de bons filmes de espionagem, com reviravoltas, flashabacks, entre outros detalhes interessantes, mas, por incrível que pareça, um dos maiores pecados é a arte de Roger, que, vem passando por transformações desde sua passagem pelos X-Men, quando inicialmente emulava Jim Lee, depois Joe Madureira e posteriormente partiu pra um caminho mais autoral, que muito vinha agradando, quando fez por exemplo, X-Men: Primeira Classe ou seu ótimo projeto solo: Xampu: Lovely Losers, onde se dedica a contar parte de sua vida de uma forma descolada com uma arte cativante em preto e branco. Talvez o problema tenha sido a pressa, visto que o desenhista entrou com o projeto já em andamento, quando Greg Tocchini (Hinterkind) acabou abandonando o projeto por conta de um trabalho no mercado norte-americano.
Outro problema é o fato de, diferente de várias outros volumes da coleção, esse ser o mais “Lugar Comum”. Explico: Apesar da história razoavelmente bem contada e com uma ótima narrativa gráfica, à todo instante o leitor fica se perguntando se já não leu ou viu isso em algum outro lugar. É como se você estivesse tendo um Déjà Vu, o que acaba tirando um pouco do brilho da obra, que poderia ter seguido um caminho mais autoral, como o que ocorreu, por exemplo, com a Turma da Mônica dos irmãos Cafaggi ou Astronauta de Danilo Beiruth, que conseguiram dar sua cara ao projeto, apesar de estarem trabalhando com personagens de outro autor.
Os personagens são carismáticos e se apropriam de muitos elementos da Turma da Mata original, como as tramas políticas e preocupações com o meio ambiente. A verdade é que o produto final é uma produção bem mediana. Realmente a Graphic MSP mais fraca lançada até o momento. Infelizmente deixando o gosto amargo de que essa mesma equipe criativa poderia ter feito um trabalho bem melhor.