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terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Contos de Alan Moore para a 2000 A.D.: A melhor coisa de Juiz Dredd Megazine

Página de uma das histórias de
Alan Moore pra revista
Há algum tempo comentamos aqui sobre a revista mensal “Juiz Dredd Megazine” (Mythos Editora), que publica no Brasil os quadrinhos da 2000 A.D., disponibilizando aos leitores brasileiros a melhor antologia de contos da editora britânica, mesclando material mais antigo (principalmente histórias clássicas do "Juiz Dredd" e alguns  contos curtos de Alan Moore) a material mais recente ("Área Cinzenta", algumas histórias mais recentes do "Juiz Dredd" e "Áquila"). A intenção deste novo texto é destacar uma constante que agrega muito valor à HQ: os contos de Alan Moore. 

Normalmente são dois os títulos das aventuras capitaneadas por Moore: "Distorções Temporais" e "Choques Futuristas de Tharg" (que era uma espécie de curador das histórias antigas da editora, guiando os leitores pela revista além de narrar de alguns contos), que se revesam na revista. O interessante dessas histórias escritas lá no início dos anos 80 pelo escritor inglês é que, apesar de curtas (normalmente, de duas a quatro páginas), cada uma tem uma reflexão interessante sobre a forma como vemos a vida e a noção ingênua que temos de realidade e também do que seria o espaço-tempo. 

Dentro de diferentes contextos e com histórias independentes entre si, o autor, sempre acompanhado de excelentes desenhistas (com arte em preto e branco) traça flashes de sua compreensão de mundo, fazendo com que, mesmo hoje, mais de 30 anos após sua primeira publicação, o material continue sendo relevante. Lá ele mostra, por exemplo, como imaginava o futuro naquela época, com todas as facilidades que os avanços tecnológicos vinham causando e prometiam ainda mais, como ficariam as relações entre os seres humanos, quando eles praticamente poderiam se tornar imortais (o que isso poderia acarretar?) e buscando ainda respostas para elos perdidos, chaves que levaram à evolução da humanidade, entre vários outros interessantes exercícios de imaginação no sentido de adivinhar o que os seres humanos são capazes de fazer, caso não parem pra pensar no que realmente é o melhor pra si e para os outros.

Algumas histórias tem um tom um pouco ingênuo, se compararmos ao nível que o autor se encontra hoje em dia, mostrando uma clara evolução, mas é possível percebermos a semente do que surgiria dali pra frente da mente desse grande gênio da mídia, que nos presenteou com obras complexas como “V de Vingança”, “O Monstro do Pântano”, “Watchmen”, “Batman: A Piada Mortal”, “A Liga Extraordinária”, “Promethea”, entre tantas outras histórias de destaque. Vale a pena conferir essa, que é a maior pérola do mix da revista mensal.

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