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Os Hermanos: Amarante, Barba, Bruno Medina e Marcelo Camelo |

A sonoridade apresenta tem ainda um quê de canções de circo devido ao naipe de metais e à velocidade com que as notas são tocadas. As canções desse disco de apresentação conseguiam mesclar a poesia das letras, sempre muito boas, mas às vezes beirando a temas de antigas canções brega a execuções pesadas e muito inspiradas realizadas pelos músicos.
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Desse segundo CD, nasceram achados como “A Flor” (composta em parceria por Camelo e Amarante e cantada pelos dois), “Mais uma Canção” (Camelo nos presenteia com uma ótima melodia para ser cantarolada, que soa como as cantigas comuns em bares, com um ar até meio medieval), “Casa Pré-Fabricada” (poesia de tom leve de Camelo, mas tocada com grande distorção na guitarra, gerando um contraste imenso) e a ótima “Veja Bem, Meu Bem”, que é quase um tango, ou uma canção mexicana, daquelas bem melancólicas mesmo, mas ao mesmo tempo com uma sonoridade excitante e letra, que ao final, revela a verdade de toda a história que era contada).
Nesta mesma época a banda participou do programa Luau MTV, com arranjos acústicos para as canções lançadas até então e ótimas surpresas, como a canção Esquadros, de Adriana Calcanhotto, cantada por Amarante em uma versão primorosa e também A palo seco, de Belchior, cantada por Camelo em tom de mais pura homenagem.
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Neste período foi lançado o DVD “Ao Vivo no Cine Íris”, onde foi apresentado boa parte do repertório de “Ventura” junto à várias canções dos álbuns anteriores. Na real, o melhor registro ao vivo da banda, muito superior ao “Ao Vivo a Fundição Progresso”, lançado após seu último álbum de estúdio. Vale destacar o documentário presente no DVD, onde são apresentados ao público importantes momentos do processo de produção do disco, muitos deles quando a música ainda era apenas uma ideia e foi se concretizando com o tempo e ensaios, os primeiros shows com o novo repertório e parcerias importantes, como um festival em que tocaram junto com “Os Paralamas do Sucesso”. O documentário é um espetáculo à parte. Nessa época o grupo participou ainda da trilha sonora do filme nacional “Lisbela e o Prisioneiro”, com a canção “Lisbela”, composta por Caetano Veloso.
Em 2005 a banda lança seu quarto e último álbum de estúdio, intitulado simplesmente “4”, se aprofundando cada vez mais no tom melancólico e intimista tanto nas canções interpretadas por Camelo, quando nas de Amarante. Dele surgiram diamantes já lapidados, como “O Vento”, de Amarante, com direito a clipe que teve boa veiculação na MTV e “Morena”, de Camelo. O álbum mostra uma banda madura, executando as canções de forma visceral e ao mesmo tempo rebuscada e muito bela. Trata-se do ápice musical da banda, mesmo não tendo sido tão bem recebido pela crítica quanto o arrebatador álbum anterior, é o que eles tocaram de forma mais perfeita.
A banda lançou ainda um CD/DVD “Ao Vivo na Fundição Progresso”, em 2008, podendo ser considerado um disco póstumo, já que a banda havia encerrado suas atividades por tempo indeterminado no ano anterior. O disco tem um tom meio saudosista e não tem o áudio e o clima tão bem capturado como aconteceu em seu DVD anterior.
Atualmente os integrantes da banda não estão parados no mundo da música e têm se dedicado a projetos pessoais, como a carreira solo de Camelo, com três discos já lançados, e a banda LitlleJoy, de Amarante em parceria com Fabrizio Moretti, dos Strokes. Esse ano Amarante está lançando também seu primeiro trabalho solo, intitulado “Cavalo”. Os Hermanos vez ou outra ainda se reúnem em situações pontuais, mas até agora, nada anunciado com relação a material inédito, infelizmente, já que a oxigenação que deu ao rock nacional na década passada foi tão importante para a música brasileira.
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