Em meados dos anos 90 as HQs dos X-Men em meados dos anos 90, literalmente, foram tomadas de assalto pelo megaevento "A Era do Apocalipse", apresentando versões deturpadas dos personagens já conhecidos, com uma premissa básica no passado que altera bastante suas origens e desenvolvimentos: A ausência de seu grande mentor, o Professor Charles Xavier, morto no passad, anos antes da fundação da equipe, por seu próprio filho, o poderosíssimo mutante conhecido como Legião.
Nesse "presente alternativo", o idealizador dos X-Men é ninguém menos que Magneto, inimigo de longa data da equipe na realidade principal, e o mundo está dominado pelo vilão Apocalipse, que praticamente erradicou os superseres do mundo e governa com mão de ferro. Em comemoração aos 30 anos de sua pubicação original a saga está sendo relançada pela Panini Comics em uma edição Omnibus pra lá de especial com mais de mil páginas de conteúdo compilando toda a história, desde "A Saga do Legião", (que foi o estopim de tudo e acabou se tornando seu prelúdio) até o final apoteótico, com o confronto final entre Magneto e Apocalipse.
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"A Saga do Legião"
Tudo começa com o instável filho do Professor Xavier voltando no tempo com a intenção de matar Magneto, acreditando que ele era culpado por todas as desavenças que vinham ocorrendo entre humanos e mutantes e, também, que isso poderia fazer com que ele e seu pai fizessem as pazes. Ledo engano...
Com a atitude, Legião acaba matando acidentalmente o próprio pai (que se sacrifica para proteger o amigo) antes mesmo da fundação dos X-Men. A morte de Xavier por seu próprio filho, antes mesmo de sua concepção acaba resultando num incrível e intrincado "efeito borboleta", e tudo que os leitores conheciam sobre os mutantes da Marvel se desfaz, como um castelo de cartas ao vento.
Importantes diferenças
Nesse novo universo que, posteriormente ficou conhecido como "Terra-295" temos, por exemplo um relacionamento amoroso entre a "Arma X" (que nesta versão nunca foi chamado de Wolverine) e Jean Grey. Magneto e Vampira também se tornam um casal. Ciclope, por sua vez, acaba se tornando um importante subordinado do vilão Apocalipse e tem um excelente background com a "Arma X", com quem teve um confronto onde Logan arrancou um olho seu com as garras de adamantium e teve sua mão esquerda mutilada por seus raios ópticos. Novos vilões e heróis são apresentados como "Holocausto", apresentado como filho do próprio Apocalipse, Morpho, que finalmente ganhou uma versão nos quadrinhos (mas bem diferente da apresentada na série de tevê de 92), Blink e Selvagem, uma espécie de "Dentes-de-Sabre" miniatura, que vive acorrentado como um cão feroz, sob o jugo do próprio Creed (que nesta versão luta ao lado dos mocinhos) e só é solto na hora em que é preciso atacar inimigos.
Outra importante diferença tem relação com os uniformes dos personagens, que têm uma pegada bem mais "dark" e uma pegada mais "cyberpunk", com tons mais escuros que provavelmente foram inspiração pra o que poucos anos depois foi mostrado nos filmes em live action dos X-Men, com seus uniformes de couro preto com detalhes em "X", que mais lembravam roupas de proteção de motoqueiros que as utilizadas pelos mutantes nas HQs.
A fagulha criativa desta saga surgiu a partir de um episódio da série animada dos mutantes da década de 90, na história em duas partes "O Valor de um Homem" (Eps. 9 e 10 da 4ª temporada), que apresentou, uma realidade alternativa com Wolverine e Tempestade formando um casal de super-heróis, que teve que voltar no tempo para impedir o assassinato do Professor Xavier pelos vilões Fitzroy (inimigo de Bishop nas HQs. Ambos os personagens tinham estreado há pouco tempo na época), ocorrido anos antes e que eles acreditavam ter sido a causa principal que originou toda a realidade distópica em que viviam.
Lembrando que esta não foi a primeira vez que a Marvel apresentou uma versão alternativa de seus mutantes. É só lembrar da aclamada história "Dias de um Futuro Esquecido" (The Uncanny X-Men # 141 e 142), publicada lá em 1981, que já tinha uma premissa bem parecida e, muitos dizem, ter sido a "inspiração" em que se fiou toda a franquia cinematográfica do "Exterminador do Futuro" ("The Terminator"), iniciada em 1984 (3 anos depois do lançamento da HQ).
Importância da Saga para a continuidade do Universo Marvel
"A Era do Apocalipse", por outro lado, foi uma saga bem maior e que envolveu todas as séries regulares dos mutantes, que ficaram em "stand by" por alguns meses no mercado norte-americano (algo inédito, até então) e deram lugar a títulos como: X-Men Alpha, The Amazing X-Men, Astonishing X-Men, Factor X, Gambit & the X-Ternals e Generation Next para contar toda a saga.
Tudo bem que é inegável a importância de sagas de viagem no tempo como a própria "Dias de um Futuro Esquecido", que volta e meia, acaba sendo revisitada de alguma forma pela Marvel, mas, com relação ao quesito "continuidade", "A Era do Apocalipse" acabou se tornando muito mais importante, pois vários dos personagens que foram criados inicialmente na série acabaram ganhando destaque em histórias posteriores no Universo Marvel principal dos quadrinhos, como Blink, Fera Negro, "Holocausto", Selvagem, entre outros.
Nomes de peso nas Equipes Criativas
As equipes criativas dos títulos dessa saga são um show à parte com nomes já consagrados da indústria, como os roteiristas Mark Waid, (Flash, Reino do Amanhã) e Jeph Loeb (Batman: O Longo Dia das Bruxas, Batman: Silêncio), aos mais novatos Fabian Nicieza (Deadpool, Liga da Justiça) e Scott Lobdell (Fathom, Gereração X), que assumiram a missão de substituir ninguém menos que Chris Claremont (X-Treme X-Men, Punho de Ferro). A arte ficou por conta de desenhistas mais novatos em ascensão com estilos mais inspirado em elementos de mangás como Joe Madureira (Gereração X, Battle Chasers) e o brasileiro Roger Cruz (Xampu, Flash), mas também outros com traços mais tradicionais, como os irmãos Adam Kubert (Wolverine, Superman)e Andy Kubert. (X-Men, Ponto de Ignição)
A saga completa saiu no Brasil pela primeira vez em formatinhos nas revistas mensais dos X-Men (#104-107), mesclado com o formato americano na Os Fabulosos X-Men (#18-22), entre os meses de junho e outubro de 1997, compilando toda a saga principal. "A Saga do Legião", saiu poucos tempo antes, nas edições #15-17 de Os Fabulosos X-Men e #101 a 103 de X-Men, compilando assim, tudo que vem nesse novo Omnibus.
Posteriormente, em 2012, foi a vez da Panini lançar a saga pela primeira vez completa em encadernados capa mole em formato americano e miolo em couché, porém, deixando de fora todo o prelúdio. A história estava há exatamente 13 anos ausente do mercado brasileiro e muito difícil (e cara) de se encontrar. Esta é uma excelente oportunidade pra quem quer conhecer ou revisitar esta história que tanto marcou e marca a trajetória dos mutantes.
Informações sobre o lançamento:
Acabamento: Capa Dura com sobrecapa e miolo em couchê.
1072 Páginas
Inclui as edições originais: The Uncanny X-Men (1981) 320-321; X-Men (1991) 40-41;
Astonishing X-Men (1995) 1-4; Factor X (1995) 1-4;
Gambit & the X-Ternals (1995) 1-4; Generation Next (1995) 1-4;
X-Men Omega (1995) #1, Age of Apocalypse: The Chosen (1995),
X-Men Ashcan (1995) #2.
R$ 480,90
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