A grande maioria dos artistas, principalmente em início de carreira, baseia seu trabalho na realização de Covers, ou seja, tocando canções de outros artistas conhecidos. Faz parte da cartilha do cantor de barzinho conhecer de cor e salteado boa parte do repertório de medalhões da MPB, como Djavan, Zé Ramalho, Caetano Veloso, Gilberto Gil, entre tantos outros. Realmente é uma labuta muito árdua começar já com trabalhos autorais. Não quero aqui criticar esses artistas. Esse é realmente o caminho a se seguir para se tornarem conhecidos e, aos poucos, um passo atrás do outro, começarem a trilhar seu próprio.
A crítica presente neste post é aos artistas já conhecidos que, na hora de escolher uma canção de outro cantor ou banda, nada acrescentam a ela, mantendo o mesmo estilo, arranjos e forma de tocar e cantar. Ou seja, apenas repetindo o que já foi feito da mesma forma que já foi feita antes. Isso sim soa, no mínimo estranho, pra não dizer desnecessário. Um artista conhecido não imprimir nada, nadinha de seu em uma canção que se propõe a mostrar ao seu público, que pode muito bem nem ser o mesmo que gosta do artista “dono” da canção.
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Cássia Eller: Um exemplo de como fazer covers de outros artistas |
A saudosa Cássia Eller, pelo menos pra mim, é um parâmetro a ser seguido. Tudo que ela tocava ficava com a sua cara. Era visto sob um novo prisma, como se tivesse sido composto por ela ou, pelo menos para ela. E olha que cantou canções de artistas renomados (alguns até com fãs Xiitas) como Nando Reis, Cazuza e Renato Russo. Todos com seus estilos musicais bem marcantes. Só pra citar um único exemplo de sua desenvoltura: A canção “Por Enquanto” (Lançada em 1984 pela Legião Urbana) cantada por ela em seu Álbum Acústico MTV (2001) tem uma roupagem tão diferente, uma entonação tão nova, arranjos arrojados com base em instrumentos de sopro e cordas inspirados e a anos luz de distância do que foi apresentado pela banda de Renato Russo dentro de um contexto totalmente diferente.
Outro exemplo bem interessante foi a versão que o Guns’N’Roses fez de “Knocking on Heavens Door”, de Bob Dylan em 1991 no segundo volume de um de seus álbuns mais conhecidos ("Use Your Illusion"). A banda se apropria totalmente da canção, como se fosse sua mesmo, ficando muito diferente da versão de seu autor. Slash fez sua parte dando suporte à canção com um ótimo arranjo, riffs e solos de guitarra que tanto marcaram a banda e Axl Roses com seu vocal esganiçado completou a canção, uma das melhores do repertório da banda.
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Sheryl deu sua "cara" à Sweet Child O'Mine |
A intenção desse texto, como tudo mais que é postado aqui na taverna não é definir parâmetros de nada, até porque que nem tenho qualificação para tanto. Apenas gostaria expor um ponto de vista pessoal e abrir espaço pra discussão com você, que é nosso leitor e principal motivo da existência e continuidade deste trabalho, que aos poucos vai ganhando um ritmo mais aceitável.
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