Há muitos anos curto o Rock’Roll como estilo musical, principalmente o nacional, que, a bem da verdade, hoje sei que tem muito mais cara de PopRock. Sempre tive um pouco de preconceito às avessas com relação a esse estilo de música, pois não tinha a mente aberta às bandas seminais e enxergava as bandas nacionais que tanto gostava (sobretudo a Legião Urbana e os Engenheiros do Hawaii) como um processo a parte, totalmente diferente e isolado do que acontecia lá fora. Ledo engano.
Há algum tempo, finalmente me propus a ouvir algumas canções da banda inglesa Led Zeppelin, que, até então, só conhecia de nome. Ouvi o primeiro disco em um arquivo .mp3 que me foi passado por um amigo e, de cara, gostei muito daquela forma de expressão. Os caras faziam um som tão visceral e ao mesmo tempo tão moderno, ousado e elaborado, completo. Tudo isso ainda no finalzinho dos anos 60, início dos 70! Tudo bem que era uma época e país (guerra fria e o movimento Hippie, por exemplo) que muito contribuíram para que os sentimentos aflorassem gerando campo fértil para seu surgimento.
Aos poucos fui buscando os outros álbuns na intenção de conhecer melhor aquela banda que foi tão importante para a evolução do rock, entrando por várias outras vertentes musicais, como o blues, reggae, folk, jazz, entre outros, variando suas canções entre mais acústicas (algumas beirando o bucolismo de um cenário descrito por J.R.R. Talkien (autor de "O Senhor dos Anéis") em seus livros, que também exerce forte influência sobre “clima” da banda) ou mais pesadas, com vocais muitas vezes raivosos de Robert Plant. Tudo na dose exata, entre flautas, gaitas, violões de 6 e 12 cordas e guitarras distorcidas.
Só pra citar algumas das mais “carimbadas”, temos “Moby Dick”, com sua grudenta linha de guitarra distorcida, nas cordas graves, ou a introdução da controversa “Stairway to Heaven” (que muitos dizem ter uma letra repleta de mensagens subliminares), com seu lindo dedilhado executado por Jimy Page e cobiçado por todos que um dia na vida quiseram tocar violão. Não poderia aqui deixar de citar “Dy’er Mak’er”, com sua pegada reggae, quando esse estilo musical praticamente ainda nem existia (pelo menos, não fora da Jamaica) e também a cinematográfica “Kashmir”, com uma virada instrumental na introdução de tirar o fôlego até mesmo de quem não gosta de Rock e já, meio que plantando sementes pra o futuro da música, com pegadas que sugerem o que hoje se chama música eletrônica.
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O Black Sabbath: Raízes do Heavy Metal |
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A banda australiana AC/DC |
A convergência
Após essa breve iniciação principalmente com essas, mas também com outras bandas, fui ouvir novamente minhas queridas representantes nacionais do Rock e nunca mais as vi com os mesmos olhos. Vi várias formas de influência dessas e de outras bandas. Só pra dar um exemplo, lá no meio de um disco da fase madura da Legião Urbana (V), tem uma canção chamada “Metal Contra as Nuvens”. Quem já ouviu “Stairway to Heaven” (Led Zeppelin) ao menos uma vez e tem o mínimo de senso musical, deve perceber a proximidade musical que há entre as duas, tanto letra quanto música parecem dialogar uma com a outra em muitos momentos. Conhecer o Led Zeppelin só fez enriquecer a experiência musical de uma música que eu já gostava tanto.
Assim como essa, há outras que não vou expor aqui por falta de espaço e também porque, infelizmente, me fogem à lembrança. Aproveito a deixa pra dizer que em breve farei uma espécie de resenha de alguns dos discos aqui citados para que você também possa deixar seu comentário sobre eles. Aliás, se quiser, pode deixar nesse texto mesmo suas críticas (construtivas sempre, por favor), sugestões ou, quem sabe, ideias para novos textos.
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