
Pra começo de conversa, a proposta inicial da película é que ela deveria, assim como sua antecessora ser baseada em uma Graphic Novel de Frank Miller, nunca concluída. O problema é que o estúdio tinha pressa e não estava disposto à esperar a boa vontade do “pai” dos 300 para concluir sua obra, que deveria servir de base para o roteiro do novo filme, tal qual aconteceu com o filme de Zack Snyder. Como dizem, a pressa é mesmo inimiga da perfeição. O filme respeita muito a obra original (tanto que prejudica o bom andamento da história contada), cuja maior parte se passa em paralelo. Vendo o filme, parece que a melhor parte mesmo ficou pro espartano Leônidas (Gerard Butler) e seus 300 jovens soldados que tiveram sua “Bela Morte”. O ateniense Themístocles (Sullivan Stapleton), que, de acordo com o que mostra o novo filme teria sido o responsável pela morte de Dario (pai de Xerxes, novamento vivido por Rodrigo Santoro) dez anos antes, apesar de grande estrategista, parece correr à margem da história que ele mesmo é protagonista, não passando de uma sombra do que Leônidas representou brilhantemente em "300".
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O filme se perde em burocracia (ou seria democracia?), conversas muitas vezes desnecessárias, frases de efeito (que, na verdade, não surtem efeito) e interpretações que ora lembram desenhos animados da Disney, ora a trama de uma novela mexicana, com vilões caricatos e atuações tão exageradas que beiram à comédia muitas vezes. A cena única e longa de sexo do filme, por exemplo, chega a ser hilária em vários momentos. Não sei se era bem essa a intenção. Parece que falta motivação aos personagens na maior parte do tempo (o que havia de sobra nos espartanos) e as coisas acabam ficando bem aquém da expectativa gerada pelo excelente primeiro filme.
Enquanto "300" mostrou muito sobre o que era ser um espartano nas mentes e corações dessas pessoas, mostrando seus domínios, sua cultura guerreira, treinamentos e filosofias de vida, esse filme mal deu uma pincelada sobre o que seria um ateniense, falando rasamente até mesmo sobre a democracia, ponto de virada entre as culturas das duas Cidades-Estado gregas. A própria cidade mal aparece na trama. Apenas em uma breve cena enquanto literalmente queimava. A democracia é tratada de forma totalmente superficial, sem grandes explicações, deixando a plateia, literalmente, no vácuo.
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O filme conseguiu tornar o original ainda mais grandioso |
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Enfim. Aconselho que faça como eu fiz. Use as resenhas apenas como referência e busque tirar suas próprias conclusões sobre ele, que, apesar de tudo, não deixa de ser uma boa diversão e merece ser visto por que gosta do gênero.
Clique aqui pra ver o trailer do filme.
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