
Pra começar, trata-se de uma produção dirigida por um homem de gabarito, afinal, não é qualquer um que consegue fazer algo tão grandioso e inesquecível quanto Gladiador, Blade Runner ou ainda, Alien – O 8º Passageiro. Portanto, dificilmente viria algo realmente ruim (apesar disso não ser impossível). Teve gente que reclamou da etnia dos atores, totalmente diferente da dos personagens originais, o que é comum em Hollywood e, francamente não interfere tanto na trama, além de atrair público, devido ao nome de alguns artistas envolvidos, como o próprio Christian Bale (trilogia O Cavaleiro das Trevas, O Grande Truque), que dá vida à Moisés na película. A história começa onde tem que começar, com os egípcios em guerra contra os hititas, e usando os hebreus como mão-de-obra escrava há séculos. Temos o Faraó Seti (John Turturro), seu filho Ramsés (Joel Edgerton) e seu filho adotivo Moisés (Bale) em uma consulta aos deuses pra decidir sobre os rumos da guerra e eis que têm uma revelação que acaba despertando sentimentos conflitantes no coração do futuro faraó contra seu, até então, querido irmão.

A tensão é a marca maior desse filme que, apesar de não poder ser comparado a outras produções épicas de Scott, ao menos não pode ser considerado um filme ruim, pois consegue unir o clima épico à ação e religiosidade do personagem histórico de três das maiores religiões do mundo e o drama, que gera o conflito presente do início ao fim. Claro que sempre haverão controvérsias. Quando se mexe com temas religiosos deve-se estar disposto a receber uma avalanche de críticas, mesmo que o resultado seja artisticamente relevante. Tem gente que não aceita a mudança de uma vírgula (muito menos ponto de vista) sobre os textos sagrados de suas crenças.
Resumindo: o blockbuster pode ser considerado, no mínimo, um bom filme, pois além de não representar uma mácula na carreira do cineasta, à despeito da desanimadora bilheteria, nos trás além de ótimas cenas de ação com efeitos especiais arrasadores (sobretudo quando começam as Pragas), um bom roteiro, que apresenta a derrocada e redenção de um personagem grandioso (porque não um herói?) com um ótimo intérprete e consegue sim (em minha opinião, claro), avançar um pouco na discussão sobre o que Deus pode representar na vida das pessoas. O único ponto que realmente conseguiu me incomodar foi o sub-aproveitamento de alguns grandes atores, como Ben Kingsley (Gandhi, Homem de Ferro 3) e jovem e talentoso Aaron Paul (Breaking Bad, Need for Speed), que poderiam ter participado e contribuído mais ativamente da trama e acabaram se tornando convidados de luxo.

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