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terça-feira, 24 de setembro de 2024

Maglore: Uma mistura de sonoridades com arranjos e letras viscerais

Quem já acompanha os posts da Taverna há algum tempo já deve ter percebido que um hobby deste redator/editor que vos escreve é procurar conhecer novos talentos musicais, sejam eles brazucas ou internacionais e nas mais diferentes configurações (seja banda, dupla, carreira solo, etc) e estilos. Essa mania acaba me ajudando a apresentar esses artistas aqui no blog e fazer com que mais gente também conheça, saindo do mesmismo de sertanejo universitário que vem permeando as rádios, tevês e internet do país. A escolha da vez foi a banda baiana Maglore, que acaba de lançar seu álbum Maglore Acústico, reunindo releituras de músicas que estão presentes nos 5 álbuns de estúdio da banda acrescida da inédita "Tela Quente"

A banda começou em 2009 e já passou por algumas formações, sendo hoje formada por  por Teago Oliveira (voz e guitarra), Lelo Brandão (guitarra), Lucas Gonçalves (baixo e voz) e Felipe Dieder (bateria e voz). "Veroz" (2011), o primeiro álbum tem um clima que lembra um pouco o bem elaborado último álbum dos "Hermanos", porém com um sotaque e suingue nordestino interessante pra incrementar. "Vamos pra Rua" (2013) tem uma sonoridade mais madura, com uma personalidade mais própria, ótimos arranjos e uma acentuação nordestina ainda maior, com destaque para a faixa "Motor", que foi regravada por ninguém menos que as, também baianas: Pitty (de quem Teago é muito fã) e a saudosa "Gal Costa", que dispensa comentários.

"III" (2015), é um álbum ainda mais maduro, com a ótima "Mantra" e, entre outras pérolas da banda, como "Invejosa" e "Café com Pão" arranjos e letras ainda mais sentimentais e profundas. Em seguida veio "Todas as Bandeiras" (2017), com músicas simples e se aprofundando um pouco em temáticas mais sociais, ainda que de forma velada, em canções como "Todas as Bandeiras" e "Aquela Força", mesclando arranjos simples, mas precisos, com letras urgentes e inspiradas. O último de estúdio dos caras foi "V" (2022), trazendo uma sonoridade pra lá de inspirada na fase psicodélida dos "Beatles" (o que já era perceptível desde "Todas as Bandeiras", mas aqui se ampliou muito), mas sempre com aquele tempero brasileiro, sobretudo nordestino, com destaque para as excelentes "Eles" e "Revés de Tudo", retratos críticos da polarização política que cresceu ainda mais naquele ano de 2022. Os álbuns têm muito mais músicas excelentes, e, em outro momento podem ser analisados aqui indiviualmente.

É difícil rotular o som dos caras em qualquer estilo, pois mesclam elementos da tradicional MPB (sobretudo na vertente do Tropicalismo), com o melhor do rock nacional, psicodelia, algumas vezes até emulando o som das antigas cantigas das lavadeiras, elementos orientais (em "Mantra", sobretudo) e (pasmem!) até axé dos anos 90, como um ingrediente que passa de raspão pela miscelânea que é o caldeirão sonoro apresentado pelas canções da banda. Vale muito a pena conhecer o som do Maglore. Com certeza, você não vai se arrepender.

Em breve teremos aqui resenhas completas dos álbuns da banda.

Confira abaixo o clipe de "Eles", do último álbum de estúdio da banda:


Você pode conhecer esse e outros álbuns do grupo clicando aqui.
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*Obs. Esse texto é uma atualização de um outro publicado aqui no blog há alguns anos, acrescido de novas informações e prometemos, num futuro próximo, falar um pouco mais sobre a banda e seus outros álbuns que foram lançado ao longo de seus mais de 10 anos de carreira.

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