Um assunto que anos atrás seria impensável é reclamar sobre um quadrinho QUE: 1. os leitores queriam que fosse lançado; e 2. uma editora promete lançar; 3. Porém, em um formato um pouco diferente do que eles esperavam. Pois é... O assunto desse texto é exatamente esse: Os formatos dos lançamentos em HQs no Brasil e suas implicações.
Se nas décadas de 70, 80 e 90, praticamente todos os quadrinhos que eram publicados no Brasil pela editora da vez (foram muitas!) vinham no tradicional "formatinho" (13x21cm), salvo raríssimas exceções, que vinham no formato que, por aqui ficou conhecido como formato americano (26x17cm), reservado a edições especiais ou coleções de luxo, com um melhor acabamento e preços mais salgados, além de algumas em formatos ainda maiores, como foi o caso da longeva A Espada Selvagem de Conan: O Bárbaro, com formato magazine (21x27,5).
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Tudo em quadrinhos que era publicado por aqui, era ao sabor dos desejos de quem publicava. Os leitores não tinham, pelo menos, à princípio, muito peso nas escolhas de formatos, tipos de capa, cores, tipo de papel, etc. Mas, nos últimos anos, isso mudou. E mudou muito. Agora, com o advento da internet, as pessoas têm um acesso muito maior à informações sobre lançamentos originais, formatos e acabamento de edições vindouras, meses antes do lançamento e, caso não gostem das escolhas oferecidas pela editora, reclamam, fazendo barulho no mundo virtual e também no mundo real, em rodas de discussão acaloradas que, muitas vezes, acabam influenciando, senão na primeira escolha tomada, que, muitas vezes, já está em produção, pelo menos nas próximas. Exemplo disso foi o lançamento há alguns anos das coleções "Hellblazer: Origens" (2011), por Jamie Delano e "A Saga do Monstro do Pântano", por Alan Moore (2014) que a Panini optou por lançar em formato americano com papel pisa-brite (tipo papel jornal), que à época já estava em desuso pela própria editora, alegando que o motivo da escolha seria pra respeitar a publicação original, na década de 90, mas isso não foi perdoado pelos leitores, que reclamaram demais e conseguiram uma posterior republicação de todo o material em papel LWC, inclusive, posteriormente, já vieram edições de luxo do mesmo material, em capa dura e papel couché. Ou seja: não precisa se desesperar!
Tudo isso foi uma forma de introduzir um assunto que tem tomado conta do fandom da DC esta semana, com a divulgação pela Panini Comics da nova coleção: "A Saga do Lanterna Verde, por Geoff Johns", com acabamento em formato americano, papel off-set e capa cartão, similar a todo o material que tem saído dentro dessas Sagas. O fato é que as histórias já tinham sido publicadas pela mesma editora em suas coleções de quadrinhos mensais, posteriormente, sendo republicadas em uma bela coleção com acabamento de luxo (capa dura e miolo em couchê) e, aparentemente, os leitores esperavam por um formato Omnibus ou, no mínimo, algo parecido com o que já tinha saído antes, talvez. O fato é que ficaram bem decepcionados com a escolha da editora e, claro, têm demonstrado isso nas redes.
Mas, o mais interessante mesmo é que, apesar de todo o estardalhaço causado, a volta dos "formatinhos" já vem chamando atenção, não apenas no Brasil, como também nos mercados norte-americano e europeu, mostrando que, não apenas um lançamento mais modesto, como também em outro formato menor pode conviver tranquilamente com um formato mais volumoso e luxuoso. Ou seja, não necessariamente o lançamento dessa edição dessa forma, implica que não será lançado mais mais tarde (ou, provavelmente, mais cedo) em um formato mais luxuoso, como o sucesso de vendas da coleção "DC de Bolso" vem mostrando, já tendo lançado clássicos como O Reino do Amanhã, Watchmen e Batman: A Piada Mortal, em um formato mais parecido com o do que estamos acostumados a ver em mangás e livros tradicionais, oferecendo um preço mais em conta, no intuito de atrair novos leitores. De qualquer forma, só o tempo (e a Panini) poderão nos dizer, com certeza, sobre os próximos lançamentos e formatos. Quer um conselho? Não sofra de véspera, leia boas histórias, independente de formato ou acabamento de luxo ou mais em conta. Simplesmente, aproveite o que há de melhor no mercado e, caso ainda não tenha sido publicado do jeito que você tanto queria, nada te impede de, no futuro, se desfazer de sua edição antiga e comprar uma nova pra não ficar só no desejo.
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