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terça-feira, 16 de setembro de 2014

Review: "Capitão América 2: O Soldado Invernal" é o novo paradigma pro filmes da Marvel

Sei que uma resenha do filme Capitão América 2: O Soldado Invernal tá mais que atrasada, mas como sou mais teimoso que a maioria das pessoas, mesmo assim vou fazê-la pra dar oportunidade a quem ainda não teve a oportunidade de vê-lo, conferir em DVD ou Bluray recém-lançados e gerar algum tipo de discussão (ainda que retardatária) como os leitores da Taverna.

Chris Evans retorna ao papel de Steve Rogers/Capitão América neste segundo filme solo do personagem e, diferente dos demais membros dos Vingadores tem uma pegada muito mais de filmes ou livros de espionagem típica principalmente da época da Guerra Fria, com o conceito de nazistas como o vilão principal, próximo ao que tínhamos nas HQs antigas do bandeiroso. A ideia da Hidra é que é o grande inimigo e ela acaba se infiltrando em lugares nunca imaginados pelos mocinhos a fim de tornar realidade seus planos de dominação mundial. A saga do herói bandeiroso avança a um nível que não era de se esperar em um teoricamente simplório filme baseado em um super-herói de quadrinhos. Alguns efeitos colaterais são tão importantes que devem abalar as estruturas dos próximos filmes dos Vingadores ou até mesmo de outros personagens relacionados.

Nesse filme o conceito de herói fora do seu tempo é explorado e muita coisa ocorrida em um passado distante acaba tendo consequências desastrosas no presente. Pra começar o cara está em um tempo diferente do seu e continua jovem e forte. Todos que ele conhece ou morreram ou estão idosos e fragilizados totalmente diferentes do que se lembra e com muitas histórias na bagagem, histórias que foram negadas a Steve durante sua "morte". O tempo foi cruel com seus amigos, muitas vezes, lhes rendendo experiências não muito agradáveis de se viver.

A organização terrorista Hidra invadiu todo o sistema de segurança norte-americano e, alegando a crescente necessidade de segurança, planeja dar cabo de todas as potenciais ameaças, o que inclui naturalmente os super-heróis, como seu superagente Steve Rogers, que acaba traído por quase todos aqueles em quem confia, sobrando apenas a linda Viúva Negra (novamente vivida divinamente por  Scarlett Johansson) e o Falcão/Sam Wilson (Anthony Mackie), que confiam plenamente no Capitão e já estavam com os dois pés atrás com a S.H.I.E.L.D devido a alguns traumas que presenciaram. Eles acabam se tornando uma equipe informal.

Não bastassem todos esses problemas, o Capitão acaba descobrindo que um velho amigo seu que ele pensava ter morrido, sofre constantes lavagens cerebrais e agora está trabalhando pro inimigo. E o pior, o cara é muito resistente e super-forte à ponto de rivalizar com o soro do supersoldado que corre nas veias do protagonista. A relação entre esses personagens antagônicos acaba rendendo ótimas cenas ao filme, juntamente com uma bem dirigida cena de perseguição a Nick Fury ( em uma atuação eletrizante de Samuel L. Jackson). 


O interessante é que o rumo que a história vai tomando acaba dando espaço ao desenvolvimento dramático de alguns personagens que já haviam aparecido em outros filmes da Marvel Studios, mas ainda não tinham tido espaço merecido pra contar de forma mais adequada sua história, rendendo um final que dá margem à mudanças grandiosas em todos os filmes da Marvel Studios que devem vir daqui pra frente, tanto dos personagens diretamente envolvidos nesse filme, quanto com relação aos demais, que também tiveram suas histórias interligadas à S.H.I.E.L.D.  A direção dos irmão Russo rendeu ótimos elogios ao filme e eles já prometem um terceiro avassalador.

Nem precisa se falar nos efeitos especiais, que estão cada vez melhores, rendendo ótimas cenas de ação, envolvendo explosões, enormes maquinários (antigos ou atuais) e envolventes e realistas coreografias de lutas, que contam, inclusive com uma participação especial do lutador de MMA, George St. Pierre, como o vilão Batroc, que, apesar de curta e no início do filme, acabou se tornando a fagulha que faltava pras coisas pegarem fogo de vez. O uniforme utilizado no filme, em tom azul marinho e com características mais táticas é, de longe, o melhor utilizado por Chris até o momento, superando o belo e brilhoso, em nylon utilizado em Capitão América: O Primeiro Vingador (2011) e, com certeza, muitíssimo melhor que o horrendo utilizado nos Vingadores (2012), que mais parecia uma fantasia de dia das bruxas malfeita.

Com esse filme qualidade das produções agora atingiu um novo patamar, o que gera uma expectativa cada vez maior sobre os filmes vindouros. Vingadores 2: A Era de Ultron está chegando em maio do ano que vem. Não sei se eu queria estar na pele de Joss Whedon (Vingadores, Surpreendentes X-Men, Buffy), pois seu primeiro filme já gerou uma expectativa muito grande sobre ao continuação, com esse, então. Qualquer coisa que não seja muito, muito boa mesmo, pode ser considerada uma grande cagada pelo público e crítica. Nossa sorte é que tanto o supracitado diretor como o elenco que ele tem em mãos são muito bons, então, é bem provável que nossas expectativas sejam atendidas, quiçá, superadas. Nos resta esperar e torcer...

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